Largo do Boticário em pintura a óleo de Thiago Castro de 2012
Depois de anos de abandono, uma de suas casas chegando a ser invadida por sem-tetos, o Largo do Boticário, após obras de revitalização que preservaram as fachadas do velho casario neocolonial da primeira metade do século XX, passou a abrigar um hotel Jo&Joe da rede francesa Accor, inaugurado em julho de 2022.
Largo do Boticário em péssimo estado de conservação (2015) |
Largo do Boticário em obras (2021) |
Largo do Boticário novinho em folha, abrigando agora um hotel Jo&Joe da rede Accor (agosto de 2022) |
“O Largo do Boticário é lindo, mas... é recente. Foi construído por ideia e mando de D. Sylvinha de Bittencourt, mulher do então dono do Correio da Manhã, Paulo Bittencourt, na década de 1940, usando material de demolição das casas centenárias postas abaixo pelo prefeito Henrique Dodsworth. O Largo original, onde o atual foi construído, era um lugar pobre que ganhou o nome por causa de um farmacêutico de então, que lá viveu. Dele, sobrevivem as belas árvores da entrada.” (Francisco Daudt, Cosme Velho, Um Roteiro de Visita) “O Largo do Boticário [...] não é tão antigo, mas tem a sua graça inestimável, o seu encanto, a sua delícia, a sua magia.” (Antonio Carlos Villaça, A Cidade Desfigurada)
Muxarabi colonial no Largo do Boticário |
No Largo do Boticário temos talvez o único exemplar autêntico, colonial, de muxarabi sobrevivente no Rio de Janeiro. Comum nos primórdios da cidade, o muxarabi ou rótula, de origem mourisca, trazido de Portugal pelos colonizadores, foi proibido por motivos estéticos em 1808 pelo Intendente-Geral da Polícia Paulo Fernandes, já que “além de serem incómmodas, prejudiciaes á saude publica, interceptando a livre circulação do ar, estão mostrando a falta de civilisação dos seus moradores” (Padre Perereca).