ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

8.8.22

LARGO DO BOTICÁRIO REVITALIZADO

Largo do Boticário em pintura a óleo de Thiago Castro de 2012

Depois de anos de abandono, uma de suas casas chegando a ser invadida por sem-tetos, o Largo do Boticário, após obras de revitalização que preservaram as fachadas do velho casario neocolonial da primeira metade do século XX, passou a abrigar um hotel Jo&Joe da rede francesa Accor, inaugurado em julho de 2022.

Largo do Boticário em péssimo estado de conservação (2015)

Largo do Boticário em obras (2021)

Largo do Boticário novinho em folha, abrigando agora um hotel Jo&Joe da rede Accor (agosto de 2022)

“O Largo do Boticário é lindo, mas... é recente. Foi construído por ideia e mando de D. Sylvinha de Bittencourt, mulher do então dono do Correio da Manhã, Paulo Bittencourt, na década de 1940, usando material de demolição das casas centenárias postas abaixo pelo prefeito Henrique Dodsworth. O Largo original, onde o atual foi construído, era um lugar pobre que ganhou o nome por causa de um farmacêutico de então, que lá viveu. Dele, sobrevivem as belas árvores da entrada.” (Francisco Daudt, Cosme Velho, Um Roteiro de Visita) “O Largo do Boticário [...] não é tão antigo, mas tem a sua graça inestimável, o seu encanto, a sua delícia, a sua magia.” (Antonio Carlos Villaça, A Cidade Desfigurada)

Muxarabi colonial no Largo do Boticário

No Largo do Boticário temos talvez o único exemplar autêntico, colonial, de muxarabi sobrevivente no Rio de Janeiro. Comum nos primórdios da cidade, o muxarabi ou rótula, de origem mourisca, trazido de Portugal pelos colonizadores, foi proibido por motivos estéticos em 1808 pelo Intendente-Geral da Polícia Paulo Fernandes, já que “além de serem incómmodas, prejudiciaes á saude publica, interceptando a livre circulação do ar, estão mostrando a falta de civilisação dos seus moradores” (Padre Perereca).


Largo do Boticário em foto preto e branco de 1957 de Marcel Gautherot obtida no site do Instituto Moreira Salles