ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

24.5.03

CINEMAS CARIOCAS & O RIO NOS FILMES

O Rio de Janeiro está muito bem servido de salas de cinema, que exibem desde os grandes blockbusters em 3-D até filmes “cabeça” alternativos. A programação semanal de cinema, com a relação de todas as salas e filmes, você encontra na revista Rio Show que vem com o jornal O Globo na sexta-feira, na revista Veja Rio que vem junto com a Veja ou no Guia Rio Show online clicando aqui. Eis algumas sugestões de cinemas interessantes.

Cinépolis Lagoon
Conjunto recentemente inaugurado de seis salas de cinema de alta tecnologia, metade equipadas com tecnologia 3-D. Segundo a Rio Show, “já tem gente trocando o Parque dos Patins pelo Cinépolis para namorar”. Fica na Av. Borges de Medeiros, 1424, ao lado do Estádio de Remo da Lagoa (ver mapa).

Estação Botafogo
Inaugurado como um cineclube em 1985, tornou-se referência de cinema de arte, substituindo o antigo Paissandu como templo sagrado dos cinéfilos cariocas. Divide-se em três salas, e diariamente alterna diferentes filmes em cada sala. Fica bem na saída da estação de metrô Botafogo (acesso Voluntários da Pátria) e o telefone é 2226-1988.

Odeon
O “último dos moicanos”, ou melhor, o último cinema sobrevivente na Cinelândia. Aberto em 1932, foi restaurado alguns anos atrás, sem perder suas características originais como a cortina vermelha da tela e o gongo antes da sessão (coisas que os outros cinemas não têm mais). É o cinema oficial do Festival do Rio e sedia ao longo do ano outros festivais, como Anima Mundi e Curta-Cinema. Promove vários eventos como Maratona, Sessão Cineclube, Cachaça Cinema Clube e Miscelânea Odeon. Fica em plena Cinelândia, perto da saída do metrô (Pça. Floriano, 7 — tel. 2240-1093). Deve ser o cinema mais barato da cidade com inteira a R$14,00.

Roxy
O bairro de Copacabana já teve mais de dez salas de cinema (Rian, Bruni, Metro, Ricamar, Caruso, Copacabana, Condor, Art-Palácio, Joia, Cinema I, Cinema II) mas apenas o pequenino Cine Joia (que ficou fechado muitos anos) e o Roxy sobrevivem. Inaugurado em 1934 e tombado pelo município, é um digno representante do estilo art déco em voga naquela época. Em 1991 passou por ampla reforma que, preservando o majestoso hall de entrada com sua escada hollywoodiana de acesso ao balcão e a bonita fachada aerodinâmica, dividiu o cinema em três salas (Roxy 1, 2 e 3) que ganharam sistemas de áudio e vídeo novos e poltronas mais confortáveis. Av. Nossa Senhora de Copacabana, 945 (esquina com Rua Bolívar — perto da estação de metrô Cantagalo).

UCI New York City Center
Megacomplexo de 18 salas de cinema com excelente acústica e qualidade de projeção, sobretudo de filmes 3-D. Fica no New York City Center, o shopping com a Estátua da Liberdade em frente, no moderno bairro da Barra da Tijuca. O New York City Center fica grudado no Barra Shopping (existe uma ligação interna entre os dois shoppings). Para chegar lá compre um bilhete “Barra Expresso”, vá pela Linha 1 do metrô até a estação Siqueira Campos e pegue o ônibus Barra Expresso, saltando na estação Barra Shopping (a viagem leva uns 45 minutos).

Unibanco Arteplex
Conjunto de seis salas exibidoras que surgiu em 2005 no local dos antigos cinemas Scala e Coral. Oferece som THX, poltronas confortáveis, ótimos projetores e exibe um mix de filmes bem diversificados. Fica na Praia de Botafogo, 316, pertinho do Botafogo Praia Shopping (no 400, que também abriga um conjunto de salas de cinema, o Cinemark Botafogo). Tel. 2559-8750. A menos de setecentos metros da estação de metrô Botafogo (acesso São Clemente). (Informações obtidas em Ivo Korytowski, Guia da Cidade Maravilhosa, Editora Ciência Moderna.)


Ver Alguns cinemas num mapa maior

O Rio nos filmes

Desde que Fred Astaire e Ginger Rogers apareceram no filme de 1933 Flying Down to Rio, o mundo se fascinou com o Rio de Janeiro.

O mestre Hitchcock rodou um filme de espionagem no Rio de Janeiro, Notorius (título brasileiro: Interlúdio), contando a história de um agente americano (Cary Grant) que se infiltra num grupo de nazistas alemães que fugiram para o Brasil após a guerra.

Cenas de 007 contra o Foguete da Morte, de 1979, foram filmadas no Pão de Açúcar, incluindo uma luta em pleno teleférico.

Recentemente o brasileiro Carlos Saldanha dirigiu um filme americano de animação computadorizada em 3D que é uma bela homenagem à cidade: Rio. Segundo Saldanha, “em todo processo de sua produção, minha paixão pela cidade serviu de inspiração. Na criação artística do filme, eu imaginei que poderia tomar algumas liberdades criativas, mas também sabia que a essência do Rio de Janeiro precisava ser autêntica. [...] Como resultado, eu acredito que capturamos a verdadeira energia da cidade no filme Rio [...]”.


Entre os filmes nacionais que mostram o Rio estão:

Rio Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos, com Grande Otelo e Jece Valadão.

Orfeu Negro (1959), filme ítalo-franco-brasileiro dirigido por Marcel Camus, baseado na peça teatral Orfeu da Conceição de Vinícius de Moraes.

Esse Rio que Eu Amo (1960), também de Carlos Hugo Christensen, com roteiro de Millôr Fernandes.

Crônica da Cidade Amada (1965) de Carlos Hugo Christensen, com roteiro escrito por um time de craques, incluindo Millôr Fernandes, Manuel Bandeira, e Carlos Drummond de Andrade.

Todas as Mulheres do Mundo (1966), de Domingos de Oliveira, com a saudosa Leila Diniz.

Garota de Ipanema (1967) de Leon Hirszman.

Menino do Rio (1981) de Antônio Calmon.

Redentor (2004) de Cláudio Torres.

(Informações obtidas em Ivo Korytowski, Guia da Cidade Maravilhosa, Editora Ciência Moderna.)

20.5.03

TEATROS CARIOCAS


Ver Alguns teatros num mapa maior

A tradição teatral carioca remonta aos tempos coloniais, como conta o historiador Nireu Cavalcanti nas páginas 170-178 de sua magistral obra O Rio de Janeiro Setecentista, e não faltam por aqui bons teatros que encenam de tudo: musicais, comédias, peças clássicas, textos atuais. A programação semanal de teatro você encontra na revista Rio Show que vem com o jornal O Globo na sexta-feira, na revista Veja Rio que vem junto com a Veja ou no Guia Rio Show online clicando aqui. Outra maneira de saber o que está rolando no cenário cultural é visitando o site ingresso.com (www.ingresso.com.br — Televendas 4003-2330) que vende ingressos. Você também pode visitar os sites dos teatros individuais.Vejamos alguns teatros importantes historicamente e/ou interessantes.

Teatro Carlos Gomes
À semelhança do Cinema Roxy, o Teatro Carlos Gomes é um digno representante do estilo art déco em voga nos anos 30, com fachada igualmente aerodinâmica. Fica no no 19 da Praça Tiradentes, cuja vida noturna, após décadas de decadência, vem sendo revitalizada. No local ficava o Teatro-Cassino Franco Brasileiro, adquirido em 1905 pelo empresário do entretenimento Pascoal Segreto (um pioneiro do cinema no Brasil, entre outras coisas), que mudou seu nome para Teatro Carlos Gomes. Destruído por um incêndio em 1929, foi reconstruído em 1931 com a aparência atual. Durante um período, permaneceu abandonado, até ser adquirido pela prefeitura, que o reformou em 1993, tornando-o um dos melhores teatros da cidade. Costuma cobrar preços populares e às vezes são encenados ótimos musicais ali. Telefone: (21) 2232-8701.

Teatro Glauce Rocha
Teatro situado em local privilegiado, na Av. Rio Branco, 179, em frente à estação de metrô Carioca. Há quase cinco décadas apresenta peças de vanguarda, de autores brasileiros ou de autores clássicos, sendo administrado pela Funarte. Telefone: (21) 2220-0259. Não costuma encher muito; se você chegar uns 45 minutos antes do início da sessão provavelmente conseguirá ingresso (de qualquer modo, a bilheteria abre às 14h). O ingresso costuma custar R$20,00 (preço bem módico comparado com o de outros teatros). Depois da peça você pode esticar no Amarelinho da Cinelândia.

Teatro Glaucio Gill
Teatro situado em local igualmente privilegiado, na Praça Cardeal Arcoverde (Copacabana), ao lado da estação de metrô. O teatro existe desde 1958, chamava-se Teatro da Praça, e em 1965 recebeu o nome atual. Grandes espetáculos foram encenados ali, como Navalha na carne com Tônia Carrero, Emiliano Queiroz e Nelson Xavier, Réveillon com Fernanda Montenegro e Sérgio Brito e Heda Gabler com Dina Sfat e Cláudio Marzo. De 1987 a 1990 permaneceu em obras, sendo totalmente remodelado. Atualmente funciona como um núcleo de experimentação para atores e companhias iniciantes (mas de alta qualidade). Uma dica para os poetas e apreciadores de poesia: nas terças-feiras (exceto no verão) o Teatro Glaucio Gill promove a Terça ConVerso no Café, às 18h30, com ingressos a preço módico. O espetáculo integra poesia, música e teatro, com textos dos próprios poetas/atores e ampla participação do público. Telefone da bilheteria: (21) 2332 7904.

Teatro Ipanema
No Teatro Ipanema, inaugurado em 1968 e considerado “patrimônio cultural de Ipanema”, o jovem José Wilker fez sucesso em 1971 na peça Hoje É Dia de Rock, ícone de sua geração (que no dia de sua despedida atraiu tamanho público que teve de ser representada gratuitamente na praia próxima — eu estava lá!) e em 1972 como ator e autor na peça A China é Azul. “O Teatro Ipanema ainda hoje borbulha como um caldeirão cultural, que aquece os sonhos e enobrece a alma. Um grande polo cultural situado no coração de Ipanema e na mente dos cariocas.” Rua Prudente de Morais, 824 (quase esquina da Rua Joana Angélica, perto da Praça Nossa Senhora da Paz). Telefone: 2267-3750. 

Teatro João Caetano
Se você entrar no site da Funarj vai ler que “o mais carioca dos teatros do Rio de Janeiro foi inaugurado em 12 de outubro de 1813, por D. João VI. Seu palco é o mais antigo do estado.” Na verdade, o teatro atual foi inaugurado em 1930 e recentemente modernizado. No mesmo local ficava o Teatro Real de São João, o primeiro grande teatro do país, este sim inaugurado em 1813, e que depois passou a se chamar Teatro São Pedro de Alcântara e, mais adiante, Teatro São Pedro. 
Na pág. 13 de O Xangô de Baker Street Jô Soares descreve a apresentação de Sarah Bernhardt no velho teatro: “A plateia que aplaudia emocionada sentia estar vivendo um momento histórico no teatro do Brasil. Há meses a cidade inteira se preparara para recebê-la e o Imperial Teatro de São Pedro de Alcântara, na praça da Constituição, no Rossio, tinha sido reformado para esperar sua chegada. O camarim fora redecorado por madame Rosenvald, da Casa das Parasitas, na rua do Ouvidor, e ampliado segundo instruções do secretário da atriz, enviadas antes por carta. [...] No palco, a deslumbrante, a única, a eterna Sarah Bernhardt agradecia em francês os aplausos brasileiros.”
Praça Tiradentes, s/n (Centro). Telefone: 2332-9257. Musicais brasileiros são às vezes encenados lá.

Teatro Maison de France
O Teatro Maison de France foi inaugurado no início dos anos 50, e foi ali que Fernanda Montenegro e Fernando Torres encenaram por dois anos seguidos o maior sucesso da carreira deles: a peça “É...”, que Millôr Fernandes escreveu especialmente para a grande dama do teatro brasileiro. Fechado em 1985, foi reinaugurado em 2002 pelo Ministro Francês da Francofonia e da Cooperação com o nome Teatro Maison de France PSA PEUGEOT CITROËN. Segundo seu site, “um dos teatros mais charmosos e elegantes do Rio de Janeiro” (www.teatromaisondefrance.com.br). Fica na Avenida Presidente Antônio Carlos, 58, a uns 600 metros da estação de metrô Cinelândia. Várias linhas de ônibus que ligam a Zona Sul ao Centro — por exemplo, 121, 123, 125, 127, 128, 132, 136, 157, 170, 172 e 184 — passam por lá, mas após o espetáculo essa área do Centro fica um pouco erma, de modo que convém voltar de táxi. O site do teatro promete que “com toda a tranquilidade você poderá pegar táxis credenciados na porta do teatro”. O teatro também conta com serviço de manobrista (vallet) para quem vem de carro. Você pode também pegar uma van com um grupo fechado destinado ao teatro. Informe-se a respeito na bilheteria do teatro pelo telefone (21) 2544-2533. 

Teatro Oi Casa Grande
O antigo Café-Teatro Casa Grande foi inaugurado em 1966 e por lá passaram, nos primeiros anos, grandes artistas da época: Nara Leão, Baden Powell, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Elis Regina, Chico Buarque, etc. “Entre 1976 e 1980, o teatro foi palco de diversos atos pela anistia política e reuniões de artistas e produtores culturais contra a censura então vigente”, informa seu site (oicasagrande.oi.com.br). Destruído por um incêndio em 1997, reabriu em 2008 como o Teatro Oi Casagrande com a promessa de ser o teatro mais moderno do Brasil. Grandes musicais passaram a ser encenados lá após o renascimento. Avenida Afrânio de Melo Franco, 290 (ao lado do Shopping Leblon, não muito longe da “fronteira” com Ipanema). Telefone: (21) 2511-0800. (Informações obtidas em Ivo Korytowski, Guia da Cidade Maravilhosa, Editora Ciência Moderna.)