ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

21.4.14

VIDIGAL DOIS ANOS DEPOIS

Vidigal (e Sheraton) vistos do mirante da Avenida Niemeyer

No princípio de 2012, logo após a pacificação do Vidigal, fui lá dar uma conferida. A postagem resultante vocês podem ver clicando no marcador Vidigal ao final desta (ou na guia Vidigal no menu lateral da direita). Durante os dias da Semana Santa, encerrada a canícula estival (traduzindo: o calor africano do verão) e imbuído do espírito de flanador (o que é isto? Cliquem em Arte de Flanar no menu da direita) voltei a esse bairro sui generis, cheio de de contrastes, com prédios, casas e até casarões com carrões estacionados, e a "comunidade", tudo meio que mesclado, dentro do espírito dos contrastes cariocas: antigo com moderno, praia com montanha, riqueza com pobreza, e por aí vai... 

Desta feita ainda não fui ao Arvrão, a parte mais badalada, com hostel... Mas deu para conhecer um cearense que veio até o Rio de (pasmem!) moto e presta serviços de transporte em moto na comunidade (serviço este muito bem-vindo em meio a tantas ladeiras)... Conheci o Careca da Laje que aluga a laje, com vista espetacular, para festas, eventos numa parte bem alta do Vidigal. 

Munido de máquina nova, uma Canon Power Shot ELPH 110 HS que, embora ultraportátil como convém a quem gosta de flanar pelos meandros urbanos, apresenta um resultado semiprofissional. Rio, pode ter banditismo, pode ter mazelas, pode ter black bloc querendo tocar o terror, mas os encantos cariocas ninguém tasca, não tem nada igual... Deleitem-se! (E terminando com uma moral da história: Não pode ficar só lendo jornal, aí só tem crime e tragédia, tem que sair na rua, conversar com as pessoas, observar os detalhes, aí a gente descobre um mundo "paralelo" e fascinante...)

Vidigal visto da Avenida Niemeyer

Descendo o Vidigal

Arte na rua

Grafite de Ment de 2014 (maravilha!)

Escola Municipal Almirante Tamandaré

Comunidade

Vista da "Laje do Careca"

Vista do mirante: Praia de Ipanema e  Sheraton

Salão Coiffeur Recanto do Vidigal

Creche Municipal. Fotos do editor do blog.

17.4.14

SEMANA SANTA

MACHADO DE ASSIS


A SEMANA foi santa — mas não foi a semana santa que eu conheci, quando tinha a idade de mocinho nascido depois da guerra do Paraguai. Deus meu! Há pessoas que nasceram depois da guerra do Paraguai! Há rapazes que fazem a barba, que namoram, que se casam, que têm filhos, e, não obstante, nasceram depois da batalha de Aquidabã! Mas então que é o tempo? É a brisa fresca e preguiçosa de outros anos, ou este tufão impetuoso que parece apostar com a eletricidade? Não há dúvida que os relógios, depois da morte de López [ditador paraguaio], andam muito mais depressa. Antigamente tinham o andar próprio de uma quadra [época] em que as notícias de Ouro Preto gastavam cinco dias para chegar ao Rio de Janeiro. [...]

As semanas santas de outro tempo eram, antes de tudo, muito mais compridas. O Domingo de Ramos valia por três. As palmas que traziam das igrejas eram muito mais verdes que as de hoje, mais e melhores. Verdadeiramente já não há verde. O verde de hoje é um amarelo escuro. A segunda-feira e a terça-feira eram lentas, não longas; não sei se percebem a diferença. Quero dizer que eram tediosas, por serem vazias. Raiava, porém, a quarta-feira de trevas; era princípio de uma série de cerimônias, e de ofícios, de procissões, sermões de lágrimas, até o sábado de aleluia, em que a alegria reaparecia, e finalmente o Domingo de Páscoa, que era a chave de ouro. [...]

Como entender, depois da passagem de Humaitá [episódio da Guerra do Paraguai], que as procissões do enterro, uma de São Francisco de Paula, outra do Carmo, eram tão compridas que não acabavam mais? Como pintar-lhes os andores, as filas de tochas inumeráveis, as Marias Behus, segundo a forma popular, centurião, e tantas outras partes da cerimônia, não contando as janelas das casas iluminadas, acolchoadas e atapetadas de moças bonitas — moças e velhas — porque já naquele tempo havia algumas pessoas velhas, mas poucas. Tudo era da idade e da cor das palmas: verde.

(Trecho de crônica publicada na revista A Semana em 25 de março de 1894)


Postagem de 2009 republicada em 2014. Foto de 1890 de Marc Ferrez e estatueta de Zé Andrade que ficava exposta na extinta mega music store Modern Sound. Clique no marcador "Machado de Assis" abaixo para ver outras postagens sobre o bruxo do Cosme Velho.

3.4.14

ARTE AMEAÇADA: GRAFITES NO MURO DO JOCKEY



O conjunto arquitetônico do Hipódromo da Gávea do Jockey Club Brasileiro, construído de 1924 a 1926 e tombado pelo Município em 1996 vem tendo suas características originais restauradas, atendendo à exigência do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade da Prefeitura. As obras incluem a recuperação e pintura dos muros, que estão em mal estado de conservação (primeira foto acima; a segunda mostra um trecho do muro já pintado). Nada contra muros impecáveis, não fossem dois senões: (1) muros branquinhos (ou beges, como é o caso aqui) são uma atração irresistível para as garatujas dos pichadores e (2) o trecho do muro defronte ao Jardim Botânico abriga alguns dos melhores grafites da cidade de diversos artistas, do americano Daze a grandes nomes do grafite carioca como Carlos Bobi, Bruno Big e Meton. A conferir na seleção abaixo — para ver a íntegra das fotos, desde a Rua General Garzon até quase a Praça Santos Dumont, clique aqui.























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