EDUARD HILDEBRANDT
Eduard Hildebrandt (1818-1868) foi um pintor de paisagens alemão (prussiano) que fez inúmeras viagens mundo afora bancado pelo rei da Prússia e produziu uma enormidade de aquarelas e pinturas. Chegou no Rio de Janeiro em fins de março de 1844 e após percorrer e desenhar os recantos mais pitorescos da cidade e arredores, partiu em junho para São Paulo, donde voltou em julho, seguindo viagem em fins de agosto para o Salvador e Recife, prosseguindo depois para a América do Norte. Recebeu de D. Pedro II o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa. "Em tão rápida estadia, produziu uma das mais belas e valiosas coleções de vistas do Brasil colonial. Se não têm a fama do Debret e Rugendas, não perdem em nada com relação à qualidade técnica e principalmente poética de suas narrativas", diz o pintor José Rosário em artigo sobre Hildebrandt publicado em seu blog. Mais informações no seu verbete da Wikipedia que criei. A seguir três aquarelas suas de 1844 que obtive no site do Museu Nacional de Berlim (aqui).
Lagoa Rodrigo de Freitas com os Dois Irmãos atrás |
Baía da Guanabara, Igreja da Glória e Pão de Açúcar vistos de Santa Teresa |
ARNO KIKOLER
Arno Kikoler, chegou ao Brasil em fevereiro de 1936, fugindo da perseguição nazista. Em Berlim, foi fotógrafo jornalístico do maior jornal judaico da Alemanha, com três edições diárias. Ao saber que estava sendo "procurado", buscou o primeiro cargueiro disponível para deixar o país, sem se preocupar com o destino. Aportando no Rio de Janeiro, indicaram o jornal A Noite, do outro lado da praça Mauá. Assim começou a carreira de fotógrafo no Brasil. Aos poucos, foi montando seu próprio estúdio, no Centro do Rio, onde se transformou no mais reconhecido e competente fotógrafo comercial daquela época. Adorava o Brasil e o Rio de Janeiro, motivo pelo qual, nas horas vagas e feriados, registrava os pontos mais bonito e icônicos de nossa Cidade.
Nos anos 1960, largou a fotografia, e montou uma conhecida fábrica de brinquedos. Oriundo de uma infância pobre, realizava-se através da constante doação de brinquedos a crianças carentes de entidades assistenciais. (Informações e fotos abaixo gentilmente cedidas por seu filho Leslie Kikoler.)
Praia de Ipanema com os Dois Irmãos e Pedra da Gávea ao fundo |
Avenida Atlântica antes de sua duplicação com a Praça do Lido no canto inferior direito |
Avenida Beira Mar pré-Aterro e estátua do Marechal Deodoro da Fonseca no canto inferior direito |
Praia do Arpoador vista das pedras com Corcovado ao fundo |
EDUARDO CAMÕES
Se existe algo que se aproxima da máquina do tempo, é a arte de Eduardo Camões, que reconstitui um Rio de Janeiro que já não existe mais. Na Introdução ao belo livro de Camões Rio Antigo — Old Rio, Ivan Horácio Costa conta como foi que o pintor (que fizera incursões pelas marinhas, pelo hiper-realismo etc.) resolveu dedicar-se ao tema do Rio de outrora: "Em uma livraria de Brasília, tipo ‘sebo’, descobre alguns livros antigos sobre o Rio de Janeiro e, estranhamente, sente saudades, não só do mar e nem só do Rio, mas de toda uma nostálgica época passada que lhe parece inteiramente familiar! Toma, então, a resolução de voltar para o Rio e registrar, através de sua pintura, as imagens que seus bisavós, avós e pais haviam conhecido..."
Conheça melhor esse notável retratista do Rio Antigo visitando o seu site.
Aqueduto da Carioca em 1875 |
Ipanema, Leblon e Lagoa em 1904 |
Rua Jardim Botânico em 1880 |
Lagoa em 1871 |
Enseada de Botafogo em 1820 |
AUGUSTO MALTA
Augusto César Malta de Campos (1864-1957) foi fotógrafo oficial da Prefeitura do então Distrito Federal, nomeado por Pereira Passos.
De 1903 a 1936, documentou um período de notáveis transformações urbanísticas e arquitetônicas na cidade, acompanhando as grandes remodelações do Rio de Janeiro de seu tempo, como o desmonte do Morro do Castelo, a abertura da Av. Central, a Exposição Nacional de 1908 e a Exposição Internacional de 1922, em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil.
Malta também registrou a execução e a inauguração de obras públicas, monumentos, prédios históricos, carnavais antigos, os corsos e as batalhas de flores, flagrantes do momento, o surgimento das favelas, notícias e acontecimentos da época, em obra de inestimável valor histórico para a preservação da memória da cidade. (Texto obtido no site do Museu da Imagem e do Som. Uma dica: você achará um bom acervo de fotos de Malta e outros fotógrafos na Biblioteca Nacional Digital e no site do Instituto Moreira Salles.)
Vista Chinesa em 1906 |
Bairro da Glória. Observe o relógio da Glória, estátua de Pedro Álvares Cabral, chaminé da City (esquerda), Igreja da Glória e o Pão de Açúcar ao fundo. |
Morro do Castelo, mais tarde demolido (no seu lugar estende-se a Esplanada do Castelo, repleta de prédios) |
Av. Atlântica na altura do Leme em 1921. Em frente a Pedra do Leme. |
Palácio Monroe |
Chafariz das Saracuras, no Convento da Ajuda, no local que depois se tornaria a Cinelândia, demolido em 1911. O chafariz encontra-se na Praça General Osório, Ipanema. |
Avenida Vieira Souto em 1911 |
Igrejinha de Copacabana na pedra onde depois se ergueu o Forte de Copacabana |
Igrejinha de São Cristóvão então a beira-mar (hoje nem se vê o mar de lá) |
Vista aérea em 1906, vendo-se Botafogo, Urca e a entrada da baía |
Avenida Delfim Moreira (Praia do Leblon) em 1906 |
Rua Real Grandeza com o Cemitério São João Batista à direita (1910) |
Túnel Velho, ligando Copacabana a Botafogo, em 1930 |
No alto do Corcovado em 1906 |
Trecho da rua dos Ourives (atual Miguel Couto) entre a rua da Alfândega e do Hospício (atual Buenos Aires) |
MARC FERREZ
Marc Ferrez nasceu no Rio de Janeiro em 1843, apenas quatro anos após a fotografia ser inventada oficialmente por Louis Daguerre, na França. No início da década de 1860 começou a fotografar. Em 1867, abriu seu próprio estabelecimento, no Rio. Em 1870, se tornou fotógrafo da Marinha Imperial.
A produção de Ferrez se torna histórica e mais intensa a partir de 1875, quando passa a trabalhar na Comissão Geológica do Império, o que o leva a viajar pelo Brasil. Ferrez constitui a partir daí o acervo mais rico de imagens do Brasil, sem paralelo com outros fotógrafos. (Eder Chiodetto, Folha de São Paulo de 13/11/2006.)
FAMÍLIA FERREZ
A produção de Ferrez se torna histórica e mais intensa a partir de 1875, quando passa a trabalhar na Comissão Geológica do Império, o que o leva a viajar pelo Brasil. Ferrez constitui a partir daí o acervo mais rico de imagens do Brasil, sem paralelo com outros fotógrafos. (Eder Chiodetto, Folha de São Paulo de 13/11/2006.)
Baie de Botafogo. Enseada de Botafogo. (1890) |
Vue topografique de Botafogo. Vista topográfica de Botafogo. (1890) |
Aqueduto da Carioca transformado em viaduto para bondes, foto de 1896 |
Escola Militar da Praia Vermelha e Pão de Açúcar (sem o bondinho!) em torno de 1885 |
Real Gabinete Português de Leitura (existente até hoje) em 1895 com o bonde puxado a burro em frente |
Rua São Clemente em foto de cerca de 1885 com o Corcovado ao fundo. Hoje está cheia de prédios! |
FAMÍLIA FERREZ
Ícone da fotografia nacional, Marc Ferrez (1843-1923) deixou um legado de belíssimos retratos do Brasil. Sua obra foi continuada pelos filhos Luciano (1884-1955) e Júlio (1881-1946) e pelo neto Gilberto (1908-2000), numa produção que resultou em 8 000 negativos doados pela família ao Arquivo Nacional. Parte desse patrimônio foi exposto no Centro Cultural Banco do Brasil no início de 2008 na exposição Família Ferrez: Novas Revelações e reunido num livro com este nome. As fotos a seguir foram dessa exposição.
Durante a década de 1860, este suíço radicado na capital do Império desde 1832 realizou um trabalho sistemático de documentação fotográfica do Rio de Janeiro. Incluindo cenas urbanas, vistas de Niterói, da Serra dos Órgãos e de Teresópolis, suas paisagens e panoramas surgiam apenas duas décadas depois da invenção da daguerreotipia — fazendo do artista não apenas um dos pioneiros dessa atividade no Brasil, ao lado de Augusto Stahl, Revert Henry Klumb e, mais tarde, Marc Ferrez, mas um de seus grandes inovadores no século XIX. (Texto extraído do folheto da exposição "Georges Leuzinger: Um pioneiro do século XIX".)
Luciano Ferrez: Ressaca na Praia da Glória (praia esta que, com o Aterro do Flamengo, deixou de existir) |
Luciano Ferrez: Praia de Ipanema em 1945 |
Júlio Ferrez: Desmonte do Morro do Castelo. Observe a Igreja de Santa Luzia, que existe até hoje, mas longe, bem longe do mar! |
GEORGES LEUZINGER
Durante a década de 1860, este suíço radicado na capital do Império desde 1832 realizou um trabalho sistemático de documentação fotográfica do Rio de Janeiro. Incluindo cenas urbanas, vistas de Niterói, da Serra dos Órgãos e de Teresópolis, suas paisagens e panoramas surgiam apenas duas décadas depois da invenção da daguerreotipia — fazendo do artista não apenas um dos pioneiros dessa atividade no Brasil, ao lado de Augusto Stahl, Revert Henry Klumb e, mais tarde, Marc Ferrez, mas um de seus grandes inovadores no século XIX. (Texto extraído do folheto da exposição "Georges Leuzinger: Um pioneiro do século XIX".)
Chafariz do Mestre Valentim e (ao fundo, da esquerda para a direita) Convento do Carmo, Igreja de N. S. do Carmo e Igreja de N.S. do Carmo da Antiga Sé, ainda existentes na atual Praça 15 de Novembro |
Lagoa Rodrigo de Freitas e (ao fundo, da esquerda para a direita) Morro Dois Irmãos, Pedra da Gávea e outras montanhas, em torno de 1866 |
Dedo de Deus, Teresópolis |
Igreja de Santa Luzia, Rio de Janeiro, em torno de 1865 (atualmente situada na Avenida Presidente Antônio Carlos, a igreja ficou distante do mar) |
Praia de Botafogo (1865) |
Vista Chinesa |
Pedra da Itapuca na Praia de Icaraí, Niterói. Observe o Pão de Açúcar (esquerda) e Corcovado (direita) atrás. |
Praia da Saudade, onde hoje fica o Iate Clube, e Hospício D.Pedro II, onde esteve internado Policarpo Quaresma e que hoje abriga instalações da UFRJ (1867) |
Praça da Constituição, atual Praça Tiradentes, com a estátua de Dom Pedro I que está lá até hoje (1865) |
Botafogo (1876) |
Largo dos Leões (incluí esta foto em homenagem ao meu amigo Márcio Steinbruch e à poetisa Thereza Noronha, que moram lá. Só que hoje o largo está bem mais "modernizado"!) |
JEAN-BAPTISTE DEBRET
Um dos primeiros artistas (se não o primeiro) a retratar o Rio de Janeiro (e o Brasil) foi o pintor, desenhista e gravurista francês Jean-Baptiste Debret, que integrou a Missão Artística Francesa que desembarcou por estas plagas em 1816. Debret permaneceu por aqui até 1831 e de volta a Paris publicou sua Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, da qual fazem parte as gravuras abaixo. Um bom acervo da obra de Debret pode ser achado na Biblioteca Nacional Digital.
Entrada da Baía da Guanabara |
Largo do Paço, atual Praça XV, com o chafariz do Mestre Valentim e o cais (recentemente desencavado por arqueólogos urbanos — você pode ir lá ver) na frente |
Vista da Igreja da Glória. Observe os Arcos à esquerda e o Morro do Castelo no centro-direita. |
Vista do Mosteiro de São Bento |
FRANZ GRASSER
Grasser nasceu em 1911 em Bad Wörishofen, Alemanha. Aprendeu a profissão de fotógrafo com seu tio Othmar Rutz, que dirigia uma loja de fotografia e souvenires em St. Moritz, Suíça. De 1936 a 1939, Grasser trabalhou em navios de várias empresas de navegação, viajando por diversos países, principalmente na América do Sul. São desta época as fotos cariocas abaixo. Com o início da Segunda Guerra Mundial, os navios de passageiros alemães deixaram de circular e Grasser perdeu seu emprego. Em 1942 foi convocado para o exército e em 1944 morreu como prisioneiro de guerra em Novorossiysk, nas margens do Mar Negro. Fotos obtidas no site Deutsche Fotothek.
Richard Bate (1775 — Londres, 1856) foi um pintor amador e negociante inglês, que chegou na cidade do Rio de Janeiro com sua família em 1807, a bordo do veleiro Integrity, e que estabeleceu um comércio de instrumentos náuticos, ópticos, matemáticos, cirúrgicos, óculos etc situado inicialmente na Rua Direita, e depois na Rua da Quitanda, nº 25. De sua permanência no Brasil, deixou pintadas em aquarelas diversas vistas muito detalhadas da cidade do Rio de Janeiro, que se encontram guardadas na Universidade Cornell, em Ithaca, no estado de Nova Iorque, e que foram publicadas em 1965 pelo historiador Gilberto Ferrez. (Informações transcritas da Wikipedia.)
Pão de Açúcar visto da Praia de Botafogo |
Avenida Rio Branco e o Centro vistos do Edifício A Noite. Observe a Candelária no centro-esquerda em meio aos prédios, antes da abertura da Av. Presidente Vargas. |
Praia de Copacabana |
Entrada da barra com Pão de Açúcar e Corcovado |
Palácio Monroe |
Vista do Corcovado com o hipódromo em construção, que Grasser achou que fosse um aeroporto, como vemos na legenda da foto no site Deutsche Fotothek |
CARLOS GUSTAVO NUNES PEREIRA, o GUTA
Nascido em 1952 na Cidade do Rio de Janeiro, Carlos Gustavo Nunes Pereira, mais conhecido como Guta, foi artista gráfico e designer de grande valor. Dotado de uma apurada visão artística, Guta foi um dos precursores da arte fotorrealística publicitária no Brasil, desenvolvendo trabalhos para as maiores empresas mundiais. Guta produziu obras de grande reconhecimento ao longo de sua vida quando deu início ao projeto que veio a se tornar uma de suas grandes paixões, o trabalho da evolução urbana, arquitetônica e cultural da cidade do Rio de Janeiro. Desde 1988 desenvolveu a série de livros e posters intitulada "Um Passeio no Tempo", onde apresenta, por meio de imagens hiperrealistas, a evolução urbanística do Rio de Janeiro desde os seus primeiros anos até os dias de hoje, focalizando pontos de importância histórica de seus cenários mais significativos. Em 1988 lançou as séries "Praça XV 1580 - 1988" e "Arcos da Lapa 1755- 1988". Mais tarde, acompanhando o desenvolvimento da tecnologia digital, Guta lançou as séries "Largo da Carioca, um passeio no tempo, 1608 - 1999", "O Porto do Rio 1608 - 2002", "Copacabana 1893 - 2008", "Quinta da Boa Vista 1808 - 2008", "Cinelândia 1608 - 2008" e "Praça Mauá 1820 - 2008", dando assim continuidade ao elaborado projeto que revela cenas e fatos do cotidiano carioca desde os tempos de seu descobrimento. Guta faleceu em 2012. Fotos abaixo da série de quatro pranchas Copacabana: Um passeio no tempo. Dados obtidos no texto do decreto do vereador Edison da Creatinina que dá o nome do artista a um logradouro público.
LEANDRO JOAQUIM
NICOLAS-ANTOINE TAUNAY
Nicolas-Antoine Taunay, nascido em Paris em 10 de fevereiro de 1755, de família nobre e filho de artista emérito, cedo apendeu com os melhores mestres a arte de pintura. Expôs em diversos salões, foi vice-presidente e presidente da Academia de França, em Roma, e da Académie de Beaux Artes e Membro do Instituto de França. Veio ao Rio em 1816, com toda a família, que se compunha de sua mulher e cinco filhos, integrando a missão artística francesa que fundou a Real Academia de Belas Artes. Dessa missão fizeram parte também Debret, Grandjean de Montigny e outros. Viveu ao pé da Cascatinha da Tijuca, hoje Cascatinha Taunay, até 1821, quando desgostoso com a nova direção da Academia e a falta de estímulo por parte do governo, voltou à pátria. Ficaram entre nós quatro de seus filhos cujos descendentes constituem uma grande família brasileira. Continuou trabalhando e expondo nos salões obras que hoje se encontram em museus da Europa e em coleções particulares. Deixou várias telas do Rio e arredores, de valor iconográfico. Faleceu em Paris a 20 de março de 1830. (A Muito Leal e Heroica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, p. 66)
Copacabana 1893. "Chamada de Sacopenapan pelos índios tupinambá, a Copacabana original era uma vasta planície arenosa de vegetação típica de restinga." |
Copacabana 1927. "A partir de 1892, a abertura do Túnel Velho e a inauguração da primeira linha de bondes finalmente tornaram possível a ocupação do bairro." |
Copacabana 1956. "A ocupação do bairro se acelerou fortemente a partir dos anos 1940." |
Copacabana 2007. "No início dos anos 1970, [a Avenida Atlântica] foi alargada e duplicada." Textos extraídos do livreto que acompanha a coleção de quatro pranchas de Copacabana que comprei na Livraria Pereira Passos. Talvez ainda tenham em estoque. |
JUAN GUTIERREZ
O espanhol Juan Gutierrez fixou-se no Rio de Janeiro por volta de 1880 e tornou-se fotógrafo da Casa Imperial no último ano do Império. Documentou a "Revolta da Armada" (1893/94), retratando as fortificações, os soldados e o armamento utilizado. Suas lentes captaram, ainda, vistas de vários bairros da antiga cidade do Rio de Janeiro, reproduzindo seus panoramas, arquitetura e cotidiano. Morreu na Guerra de Canudos em 1897. As fotos abaixo, de 1894, foram obtidas na Biblioteca Nacional Digital. Uma boa matéria sobre Gutierrez pode ser vista no site Brasiliana Fotográfica.
Praia de Botafogo e Corcovado. Observe que a Igreja da Imaculada Conceição de 1881, que na época se destacava das demais construções, hoje está "escondida" por um viaduto. |
Praia de Copacabana em 1894. Sem prédios! |
Pavilhão do Corcovado (onde hoje se ergue o Cristo) e Pedra da Gávea atrás. |
Inauguração da estátua do General Osório na Praça Dom Pedro II, atual Praça XV. Observe que a Igreja do Carmo, então catedral, ainda não tinha a torre alta acrescentada no início do séc. XX. |
Palácio Itamaraty. Está lá até hoje. |
Vista do Corcovado |
THOMAS ENDER
Pintor, aquarelista, gravador e desenhista, o austríaco Thomas Ender estudou na Academia de Belas Artes de Viena, dedicando-se à pintura de paisagens a aquarela. Em 1817, veio ao Brasil na Expedição Científica de História Natural que acompanhou a comitiva austríaca, por ocasião do casamento da arquiduquesa Leopoldina com D. Pedro I. Em sua curta estada de dez meses, pintou panoramas do litoral e cenas urbanas; retratou igrejas, edifícios públicos e praças. Apesar de executar pouco mais de 700 obras sobre o Brasil, não produziu nem publicou um álbum com esse material. No entanto, algumas de suas criações aparecem em livros de cientistas naturalistas da época. Esse conjunto de obras está conservado na Academia de Belas Artes em Viena. Informações obtidas na Enciclopédia Itaú Cultural.
Aqueduto visto da encosta da Rua de Matacavalos, atual Rua do Riachuelo. Aquarela e lápis sobre papel de 1817/18. Kupferstichkabinett der Akademie der bildenden Künste, Viena |
Thomas Ender, Vista do Rio de Janeiro, óleo sobre tela, 1837, Gemäldegalerie der Akademie der bildenden Künste, Viena |
Thomas Ender, Vista da Praia de Botafogo, óleo sobre madeira, coleção Hecilda e Sergio Fadel |
Thomas Ender, Antiga Ponte sobre o Canal do Mangue, óleo sobre madeira, coleção Hecilda e Sergio Fadel |
Forte de Santa Cruz visto do mar |
Entrada de Mata Porcos (atual Rua Estácio de Sá, no Estácio; o nome Mata Porcos devia-se a um matadouro de porcos que teria ali existido) |
Rua de Matacavalos (onde cresceu Bentinho, o "Dom Casmurro"), atual do Riachuelo, no Centro |
Vista (pasmem!) do Corcovado com o Pão de Açúcar à direita e a baía no fundo |
Catumbi |
Valongo, uma das praias (além de enseadas e até ilhotas) que, com a construção do moderno cais do porto no início do século XX, foram aterradas e sumiram do mapa. |
Vista de frente da residência de campo do Bispo do Rio de Janeiro, aquarela sobre lápis, 1817-18. A Casa do Bispo sobrevive até hoje no Rio Comprido como você pode ver clicando aqui. |
LEANDRO JOAQUIM
Leandro Joaquim foi um pintor, cenógrafo e arquiteto mulato do Rio colonial (1738-1798). Suas obras mais célebres são um conjunto de oito painéis elípticos com cenas do Rio de Janeiro encomendados pelo vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa para decorar um dos pavilhões do Passeio Público. Os seis painéis sobreviventes, mostrados abaixo, agora fazem parte do acervo do Museu Histórico Nacional e costumam estar em exibição. (Informações obtidas na Enciclopédia Itaú Cultural, site do Museu Histórico Nacional e livro A muito leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Imagens e suas legendas obtidas no site do Museu Histórico Nacional.)
Igreja e Praia da Glória. A Igreja de Nossa Senhora da Glória permanece até hoje, embora a praia da Glória, aterrada, já não mais exista. |
Procissão Marítima. A cidade do Rio de Janeiro desempenhou, desde o momento de sua fundação, em 1565, uma função marítima. Sua situação geográfica privilegiada tornou-se porto por excelência, porta de entrada da Colônia, trancada por poderosas fortificações. Até sua religiosidade expressava-se no mar, em eventos tais como essa romaria de barcos que desfila diante do Hospital dos Lázaros, em São Cristóvão, construção que existe até hoje, como você pode ver aqui. |
NICOLAS-ANTOINE TAUNAY
Nicolas-Antoine Taunay, nascido em Paris em 10 de fevereiro de 1755, de família nobre e filho de artista emérito, cedo apendeu com os melhores mestres a arte de pintura. Expôs em diversos salões, foi vice-presidente e presidente da Academia de França, em Roma, e da Académie de Beaux Artes e Membro do Instituto de França. Veio ao Rio em 1816, com toda a família, que se compunha de sua mulher e cinco filhos, integrando a missão artística francesa que fundou a Real Academia de Belas Artes. Dessa missão fizeram parte também Debret, Grandjean de Montigny e outros. Viveu ao pé da Cascatinha da Tijuca, hoje Cascatinha Taunay, até 1821, quando desgostoso com a nova direção da Academia e a falta de estímulo por parte do governo, voltou à pátria. Ficaram entre nós quatro de seus filhos cujos descendentes constituem uma grande família brasileira. Continuou trabalhando e expondo nos salões obras que hoje se encontram em museus da Europa e em coleções particulares. Deixou várias telas do Rio e arredores, de valor iconográfico. Faleceu em Paris a 20 de março de 1830. (A Muito Leal e Heroica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, p. 66)
Vista do Outeiro, Praia e Igreja da Glória (1817 - Acervo dos Museus Castro Maya) |
Vista do jardim do Convento de Santo Antônio (1816 - acervo do Museu de Belas Artes). A rua no centro é a São José. À direita, o Morro do Castelo. No canto superior esquerdo, a torre (antiga) da Igreja do Carmo e o Convento do Carmo. O quadro "mostra um Rio de Janeiro pacífico e bucólico, em que o sol ilumina as ruas e as nuvens dão sombra para a conversa de três frades. Ao lado dos religiosos, bananeiras, como se para provar que se trata de uma paisagem tropical, e não européia. Vacas andam plácidas pelas ruas quase desertas. Só com atenção se enxergam os escravos que encaminham a boiada. As ruas da cidade podiam ser de uma vila italiana, de tão serenas. Ao longe, vê-se o movimento dos navios atracados na baía, a marca de um país aberto. Um Brasil exótico, mas civilizável." (Thomas Traumann em matéria na Época sobre o livro O Sol do Brasil) A boiada está a caminho do matadouro da Praia de Santa Luzia, atual Rua de Santa Luzia. No centro do casario vemos o Recolhimento do Parto. No fim da Rua São José, as obras da nova igreja, iniciadas em 1807, ainda sem as torres. (A Muito Leal e Heroica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, p. 66) |
Entrada da baía e da cidade do Rio a partir do terraço do convento de Santo Antônio (1816 - acervo do Museu de Belas Artes) |
JOSEPH ALFRED MARTINET
Joseph Alfred Martinet foi um gravurista (litógrafo) francês nascido em 1821. Gilberto Ferrez registra sua chegada ao Brasil a 18 de janeiro de 1841, vindo do Havre pelo navio Le Béranger. No Rio de Janeiro, trabalhou na casa litográfica de Heaton & Rensburg, rua da Ajuda 68, e na editora dos irmãos Eduardo e Henrique Laemmert. Ferrez o considerou o "melhor litógrafo que por aqui trabalhou". Morreu em 1875.
Vista do Corcovado. Litografia colorida de 1841-47 do acervo dos Museus Castro Maya. |
Enseada e praia de Botafogo, com seus casarões e chácaras. Esta e as próximas litografias obtidas na Biblioteca Nacional Digital. |
Pão de Açúcar, Igreja da Glória e Cais da Glória. Litografia colorida. |
Hospital da Beneficência Portuguesa na Glória. |
Hotel dos Estrangeiros, no Largo do Catete, atual Praça José de Alencar, fundado em 1849. |
Passeio Público. Litografia colorida. |
Rio de Janeiro visto da Ilha das Cobras. Litografia colorida. |
RICHARD BATE
Richard Bate (1775 — Londres, 1856) foi um pintor amador e negociante inglês, que chegou na cidade do Rio de Janeiro com sua família em 1807, a bordo do veleiro Integrity, e que estabeleceu um comércio de instrumentos náuticos, ópticos, matemáticos, cirúrgicos, óculos etc situado inicialmente na Rua Direita, e depois na Rua da Quitanda, nº 25. De sua permanência no Brasil, deixou pintadas em aquarelas diversas vistas muito detalhadas da cidade do Rio de Janeiro, que se encontram guardadas na Universidade Cornell, em Ithaca, no estado de Nova Iorque, e que foram publicadas em 1965 pelo historiador Gilberto Ferrez. (Informações transcritas da Wikipedia.)
Largo do Paço, atual Praça XV, em 1808. Fonte: Digital Collections da Cornell University. |
NICOLAU FACCHINETTI
Nicolau Facchinetti (Nicola Antonio Facchinetti) foi um pintor e desenhista italiano, nascido em Treviso em 1824 e falecido no Rio de Janeiro em 1900, cidade para a qual se mudou em 1849 e onde exerceu as profissões de cenógrafo e professor de desenho. Pintou vários panoramas da cidade do Rio de Janeiro, contraponto os casarios novos à natureza exuberante do entorno, como lemos na Enciclopédia Itaú Cultural. O primeiro quadro está exposto no Museu da Chácara do Céu, no bairro carioca de Santa Teresa, e os três seguintes pertencem ao acervo do MASP.
Vista do Rio de Janeiro tomada de Santa Teresa, óleo sobre tela, 1892 |
Enseada do Botafogo, óleo sobre tela, 1869 |
Recanto da Praia de Icaraí, óleo sobre tela, 1888 |
Uma vista de Teresópolis (várzea), grafite, nanquim, guache e sépia sobre papel, 1863 |
ANDRÉ-CHARLES ARMEILLA
Sobre a vida do francês André-Charles Armeilla antes de chegar ao continente americano nada se sabe. Na última década do século XIX, trabalhou como fotógrafo em Montevidéu. Chegou ao Rio por volta de 1903, onde ganhou a vida vendendo suas fotos da cidade e arredores para revistas, livros e cartões postais, a maioria publicada sem crédito ao autor. Em 15 de maio de 1913, Armeilla foi encontrado morto na
rua Bento Lisboa, no Catete, por um policial, e sepultado como indigente no
cemitério de São Francisco Xavier. Graças ao trabalho de colecionismo e editorial de Pedro Corrêa do Lago e à pesquisa de Agenor Araújo Filho, sua obra agora recebe a merecida divulgação no impecável livro de capa dura Armeilla - Um Mestre Esquecido da Paisagem Carioca da editora Capivara. Em seus registros do Rio, explora ângulos inusitados e "arrabaldes" ainda pouco explorados, como a foto tirada do Arpoador e a de Botafogo.
Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa) a partir da Avenida Mem de Sá. |
Canal do Mangue, então orlado de palmeiras. |
Foto de cerca de 1910 tirada no laguinho das vitórias-régias (Lago Frei Leandro) no Jardim Botânico. Se você for lá hoje, está tudo exatamente igual. |
MARIANNE NORTH
Marianne North (1830-90) foi uma bióloga e artista
inglesa da era vitoriana, famosa por suas pinturas de paisagens e plantas
durante suas numerosas viagens mundo afora. Em 1871-72, passou um ano no Brasil, onde realizou seu trabalho
numa cabana no interior de uma floresta. Mas informações sobre ela na
Wikipédia.