ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

30.8.18

DIFERENÇA ENTRE NEGRO, CRIOULO, PARDO, MULATO, CABRA, CAFUSO, FORRO E LIVRE, SEGUNDO O HISTORIADOR NIREU CAVALCANTI

Texto explicativo que recebi certa vez por e-mail do historiador Nireu Cavalcanti, maior autoridade viva sobre a história do Rio, e resolvi incluir aqui para compartilhar com o público a terminologia com que se designava a população africana e afro-descendente na época da escravatura, de triste memória. Fotos de grafites que tirei aqui no Rio. 


O pessoal faz uma confusão imensa com essas classificações de negros e mestiços [na época da escravatura].

1- O negro que saiu diretamente da África = preto (negro) de Nação ... Mina, Cabinda, Angola etc.
2- O negro que nasceu de escravo no Brasil = crioulo
3- O filho da primeira mistura de negro com branco = pardo
4- O filho do pardo com branco = mulato
5- O filho do pardo com negro = cabra
6- O filho de preta escrava (ou livre), ou misturada, com o índio = cafuso
7- O escravo que tornou-se livre: a classificação da cor da pele (mistura) seguida de forro
8- O filho de forro = a classificação da cor da pele (mistura) seguida de livre, ou simplesmente a cor da pele.

Algum tradutor da primeira metade do século XIX é que escreveu essa bobagem de cabra ser o animal. Não me lembro se foi no Debret que o tradutor (ou o próprio) referindo-se a um escravo masculino escreveu bode.

Se não me engano o tradutor (ou a própria) do livro da Mary Karasch fez essa mesma confusão.


3 comentários:

Jordan disse...

Informação muito útil. Sou descendente de uma mulher parda do Rio de Janeiro. Uma pena o registro de batismo trazer poucas informações dela.

marcelo disse...

Pardo também tem uma acepção social além da cor. também pode ser o filho de escravos libertos, ou seja, a primeira geração de descendentes de escravos nascida livre no Brasil.

Juarez Silva disse...

Os usos dos termos não poderiam ser tão estanques, visto que tais informações de origem detalhada não podiam ser obtidas em observações por outros, o que hoje dizemos hetero identificação. A determinado ponto já não seria fácil dizer quem era o que de forma precisa. Sendo assim essa categorias se reduziram a generalizações mais relacionadas a brancos, naturalmente livres, e não-brancos, esses últimos também em função do status social de livre ou cativo. Sendo negro e preto mais identificados com a condição de cativo e pardo a generalização para livres e libertos independente de variação de fenótipo.