ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

22.11.10

IGREJAS HISTÓRICAS DO CENTRO DO RIO (Parte 2.1): IGREJA DE NOSSA SENHORA DO BONSUCESSO

Rua Santa Luzia, 206

Vista da Santa Casa da Misericórdia e da Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, Thomas Ender, 1817-18

A igreja situa-se ao sopé da ladeira da Misericórdia, caminho íngreme pelo qual se subia até alcançar o Castelo propriamente dito, local onde se encontrava a igreja e o Colégio dos Jesuitas. Após o desmonte, o trecho da ladeira ainda existente é o único remanescente do Morro do Castelo, um dos mais importantes lugares da história do Rio de Janeiro.

A igreja faz parte do amplo conjunto arquitetônico da Santa Casa da Misericórdia. A devoção à N.S. do Bonsucesso surgiu com a vinda de uma estátua da Virgem, trazida de Portugal. Desde 1639, comemora-se a sua festa no domingo seguinte ao dia 8 de setembro.

A primeira construção, simples capela de barro, data da época da fundação da Santa Casa da Misericordia (1582). A igreja foi reconstruída em 1754. No final do século, a fachada foi enriquecida com portão de pedra de lioz, e a sineira-frontão com volutas e pináculos. Em 1817, foi representada em aquarela de Tomas Ender.

Atribui-se o seu projeto arquitetônico ao Mestre Paulo Ribeiro (1713) e ao brigadeiro Jose Fernandes Pinto Alpoim (1761). O frontispício, apesar da reduzida dimensão, destaca-se no conjunto pela harmonia e elegância das linhas barrocas.

A simplificada interpretação de elementos da igreja de Jesus em Roma, as volutas que compõem o pavimento superior e o inferior, e os dois frontões, um retilíneo e outro curvo, sugerem a filiação da igreja à matriz arquitetônica jesuítica italiana.

A nave é recoberta pela talha em estilo rococó tardio, pintada em branco com frisos dourados — característica das igrejas consagradas à Virgem. No altar-mor, cujo retábulo foi refeito em 1820, está a imagem de N.S. de Bonsucesso, logo abaixo do Cristo crucificado.

Destacam-se três altares dourados e escuros. Remanescentes da igreja dos jesuítas, demolida com o Morro do Castelo, essas importantes peças maneiristas do patrimônio artístico colonial datam de fins do século XVI. No primeiro altar, à esquerda, no retábulo do altar-mor da antiga igreja, a imagem de Santo Inácio é ladeada por São Francisco Xavier e São Francisco Borja. Os outros, colocados frontalmente, têm ambos a imagem da Virgem da Conceição.

O púlpito e o abafa-voz, em estilo barroco, pertenceram ao antigo Colégio dos Jesuítas e a tradição atribui-lhes grande importância histórica por terem sido utilizados por José de Anchieta (1517-1570) e Manoel da Nóbrega (1534-1597).

Uma via sacra, composta de diferentes painéis pintados e montados em estandartes próprios para procissões, encontra-se na capela-mor e na sacristia. Nesta última, destacam-se arcazes em jacarandá, o lavatório em mármore policromado do seculo XVIII, o curioso relógio e o pequeno altar, onde é venerada Santa Isabel, padroeira da Santa Casa. (Fonte: Guia das Igrejas Históricas da Cidade do Rio de Janeiro editado pela Prefeitura)

Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso

Capela-mor

Observe a talha em estilo rococó, branca com frisos dourados

Cúpula octogonal em madeira permitindo a entrada de luz natural pelo lanternim

Uma relíquia dos primeiros tempos do Rio: altar maneirista (maneirismo foi o renascentismo português tardio) do final do séc. XVI, com imagem da Virgem da Conceição, trazido da Igreja de S. Inácio, dos jesuítas, no Morro do Castelo. 

A Igreja e, à sua direita, o antigo Recolhimento das Órfãs da Santa Casa, construção setecentista (1739) que surgiu com o objetivo de amparar órfãs carentes. À esquerda da igreja, a parte antiga da Santa Casa da Misericórdia. 

Das características maneiristas originais só se manteve o frontão triangular inferior. A portada de lioz, a torre sineira entre volutas, o segundo coroamento com frontão curvo e os pináculos são acréscimos barrocos da reforma do final do séc. XVIII. 

Informações das legendas obtidas no Guia das Igrejas Históricas já citado, no Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica do Rio de Janeiro, em pesquisas na Internet e em consultas a Alexei Bueno. Para outras postagens sobre igrejas clique no marcador abaixo. Para ver um álbum de fotos de igrejas cariocas clique aqui.

2 comentários:

Vera Dias disse...

Muito bom.Obrigada!

Anônimo disse...

Maravilhoso Blog. Segue o link da história da Capela do Menino Deus no Centro do Rio se você quiser usá-lo no seu blog fique a vontade: http://capeladomeninodeus.blogspot.com/2010/08/historia-da-capela-do-menino-deus.html

Segue agora o link de fotos da Capela. Estão todas no nosso Blog: http://capeladomeninodeus.blogspot.com/2010/08/album-de-fotos-parte-externa.html

http://capeladomeninodeus.blogspot.com/2010/08/album-de-fotos-parte-interna.html

Abçs: Ariel Carvalho.