ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

8.6.18

JOCKEY CLUB BRASILEIRO


Conquanto meu avô fosse criador de cavalos de corrida na Alemanha – até o Hitler decretar que cavalos "judeus" não podiam competir, como narro no meu Passaporte para o Paraíso – em minha já longa vida eu nunca tinha ido a uma corrida de cavalos. Fui pela primeira vez agora, início de junho. O que pouca gente sabe é que antes do Jockey Club existiam no Rio três hipódromos: Derby Club, no local onde se ergueu o Maracanã, Turfe Club uma pouco mais acima, na altura do Morro da Mangueira, e o Hipódromo Nacional entre a Rua Mariz e Barros e Haddock Lobo. Uma placa do antigo Derby foi preservada no atual Jockey como mostra uma das fotos. 

As instalações do Jockey Club Brasileiro, em elegante estilo Luís XVI, nos remetem a uma Europa de outras eras. O pensamento que logo me ocorreu foi como, em zona tão cobiçada pela construção imobiliária, conseguiu-se preservar tamanha área livre, e tão primorosamente cuidada.

Os insiders ficam, ao que observei, perscrutando o folheto dos páreos tentando ganhar alguma bolada nas apostas. Se conseguem ignoro. Eu como outsider ocasionalmente olhava para o tal folheto, só pra tirar uma onda, mas sem entender patavina: exata, dupla, trifeta, supertri, quadrifeta, quinexata, duelo, super betting, pick 7, pra mim era grego. E tem as descrições dos trajes dos jóqueis, cheias de abreviações, tipo: “Az-mar., mgs rosa/az-mar. em xdz. boné rosa”. Os páreos são de meia em meia hora (14:15, 14:45, etc.) e não são nada britânicos, atrasam quinze, vinte minutos. 

A corrida começa lááá no fundo, onde você mal vê, e o alto-falante que anuncia o início mal se ouve. Mas de repente você vê o tropel dos cavalos se aproximando, taran-taran-taran-taran (aquela musiquinha do Guilherme Tell, você conhece) e eles passam tão rápido, e é tão bonita aquela visão dos jóqueis  esguios, quase sem peso, flutuando sobre os cavalos, que você fica querendo mais. Na arquibancada, o pessoal fica torcendo. O dinheiro deles está em jogo!

Entre os páreos fiquei zanzando, espiando os "bastidores", fotografando. O resultado aqui está. Procurei um texto na literatura brasileira para ilustrar esta postagem. Não achei. Se alguém achar, mande. Acabei tendo de escrever estas mal traçadas linhas relatando as impressões de um outsider que nada entende da nobre arte da equitação.


















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