ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

10.1.13

ESCADARIA SELARÓN



Jorge Selarón, pintor autodidata, nasceu no Chile em 1947. Sempre aventureiro, viajou para vários países. Desde 1983 vive no Brasil. Desde então, dedica-se a decorar com azulejos de todas as procedências os degraus que ligam a Lapa ao bairro de Santa Teresa. O interessante é que esta impressionante obra, que acabou sendo tombada pelo Município, nasceu da ação espontânea de um indivíduo, sem nenhuma ordenação oficial. Já num país dito “organizado” ou “avançado” este tipo de trabalho seria cerceado na raiz por atentar contra as posturas municipais, por assim dizer. Moral da história: essa belíssima escadaria é, em certo sentido, um efeito positivo da desorganização (ou espontaneidade, caso prefiram) brasileira. Aliás, meu pai sempre dizia (vai aqui uma digressão) que a organização extrema tem lá suas desvantagens. A organização alemã, dizia ele, gerou os campos de extermínio em massa e o Muro de Berlim, enquanto a Itália, mais latina, mais “caótica”, embora partícipe do Eixo, não chegou a tais extremos. Fim da digressão. Não deixe de visitar essa escadaria! (Ivo Korytowski, Guia da Cidade Maravilhosa, pp. 304-305)

Em 10/1/13 Selarón foi achado morto, em condições misteriosas, perto de seu ateliê, em meio a denúncias de que vinha sofrendo ameaças de um ex-auxiliar, envolvido com tráfico de drogas. Selarón havia registrado as ameaças na Polícia, mas a cidade à qual o artista dedicou seu talento não soube tomar medidas para protegê-lo. Uma lástima.




A GRANDE LOUCURA
Esta obra de arte começou no ano de 1990 como uma grande homenagem minha ao povo brasileiro, usando as cores da bandeira do Brasil, verde – azul amarelo.
No ano de 1998, quando esta obra estava quase pronta conheci um lugar onde vendiam azulejos europeus antigos (na Praça XV – aos sábados) para colecionadores e decoradores; fiquei impressionado, eu tinha que comprá-los nem que fosse um a um.
Conforme trazia os novos azulejos importados, já não tinha lugar para mais nada.
Então inventei de trocar sempre os azulejos, uma substituição permanente dos mesmos. Foi um invento inédito, uma obra mutante, uma obra de arte viva...
Uma obra de arte geralmente é trocada ou restaurada em caso de terremoto, incêndio, etc. Neste caso é muito diferente.
As pessoas pensam que comprei cacos de azulejo para economizar dinheiro; no entanto, azulejos com as cores da bandeira não estão disponíveis no mercado, foram encomendados especialmente para esta escadaria. Depois foram quebrados com martelo e logo misturei cacos e azulejos inteiros.
A escadaria se tornou pouco a pouco uma verdadeira coleção de azulejos de todo o mundo com mais de 2000 (dois mil) azulejos diferentes.
Tem azulejos de: Portugal – Espanha – Inglaterra – Escócia – Irlanda – Alemanha – França – Marrocos – Holanda – Bélgica – Checoslováquia – Áustria – Suíça – Polónia – Egipto – Argélia – Turquia – Israel – Grécia – Itália – Síria – Líbano – Iraque – Irão (Pérsia) – Rússia – Índia – Paquistão – China – Japão – Tailândia – Indonésia – Filipinas – Coreia – Paraguai – Uruguai – África do Sul – Nigéria – Argentina – Colômbia – Chile – Peru – Bolívia – Equador – Venezuela – EUA – Canadá – México e Brasil.
No dia 7 de dezembro de 1999 chorei de emoção, consegui um azulejo pintado por mim, dia inesquecível só faltava isso poder pintar a MULHER GRÁVIDA [foto acima] que sempre pinto em todos os meus quadros desde o ano de 1977 por um problema pessoal…
Desde então pinto azulejos em homenagem às pessoas que ajudaram a fazer a história deste grande país: compositores, cantores, escritores, esportistas, jornalistas, apresentadores, profissionais, comerciantes, etc…
Também vários amigos, fregueses e vizinhos, que sempre ajudaram nesta obra de arte, feita com tanto sacrifício, obsessão e carinho.
Você também pode participar. Envie-me um azulejo antigo pelo correio e eu me comprometo a enviar-lhe uma foto dele colado na escadaria, ela tem 215 degraus.
Só acabarei este sonho louco e inédito no último dia de minha vida…
Selarón, Pintor-Chileno”









Fotos do editor do blog.

5.1.13

TELEFÉRICO DO COMPLEXO DO ALEMÃO


A novela Salve Jorge colocou o Complexo do Alemão em evidência, e o teleférico tem tudo para se tornar outra grande atração turística carioca. A vista no percurso e nos pontos de parada é inacreditável: o conjunto de morros, o mar de casas & barracos nos vales e encostas acima, tudo isso emoldurado pelo resto do Rio e além: você vê o Pão de Açúcar, Corcovado e Serra do Mar (ao longe), o Pico da Tijuca e a Igreja da Penha (não tão longe assim), a baía — quem tiver binóculo em casa traga. Como ir? É simples. Você pega o metrô ou ônibus até a Central, lá pega o trem do ramal Saracuruna (o antigo trem da Leopoldina) na Plataforma 12 até Bonsucesso (é perto; o percurso: São Cristóvão, Triagem, Manguinhos, Bonsucesso). O trem (meio velhinho) sai mais ou menos de 15 em 15 minutos, no site da Supervia você encontra informações precisas. Da própria estação Bonsucesso parte o teleférico. Tudo muito organizado, muito primeiro mundo. 


A antiga terra de ninguém, reduto de traficantes, hoje está pacificada, policiada, livre da ditadura do tráfico. Vá num dia de sol. O teleférico possui cinco estações: Adeus (1), Baiana (2), o famoso Alemão (3), Itararé (4), Palmeiras (5). Uma boa ideia é ir direto até a última, lá saltar e contemplar a vista, e na volta parar em uma ou outra estação (ou em todas) à vontade do freguês. O vídeo inicial mostra a volta da estação Palmeiras até Bonsucesso. O teleférico funciona de segunda a sexta-feira das 6h às 21h, sábados, domingos e feriados das 8h às 20h. Portanto vá cedo. Quando venta ou chove forte a operação é interrompida, por isso vá em dia de sol. Bom passeio!

NOTA: DESDE OUTUBRO DE 2016, O TELEFÉRICO ESTÁ PARALISADO, SEM PREVISÃO DE RETORNO.


Teleférico partindo da Estação Bonsucesso

Estação Adeus

Adeus! Adeus! Adeus! Palavra que faz chorar!

Chegando na Estação Baiana

Painel na Estação Baiana

Vista da Estação Baiana

O famoso "Alemão"

O famoso "Alemão" II

Alemão, lugar de gente feliz!

Estação Alemão: à direita, cenas da comunidade; à esquerda, Igreja da Penha e o "alemão", na verdade um polonês dono original das terras onde depois se formou a comunidade.

Estação Itararé vista do Alemão

Estação Itararé

Entre Palmeiras e Itararé

Chegando na Estação Palmeiras

Arte na Estação Palmeiras

Avenida Martin Luther King vista da Estação Palmeiras. Fotos e vídeo do editor do blog.