Texto do livro de Helio Brasil, São Cristóvão (Coleção Cantos do Rio, Editora Relume-Dumará). Fotos do editor do blog, exceto as fotos finais antigas em preto e branco, as duas com iniciais NC, gentilmente cedidas por Nireu Cavalcanti, e a espetacular foto acima, do meu amigo Latvian.
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Pintura de Leandro Joaquim, provavelmente de 1785, intitulada Procissão Marítima, exposta no Museu Histórico Nacional. Observe a antiga Praia de São Cristóvão e o Lazareto numa colina à esquerda. Reprodução obtida em Wikimedia Commons. |
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Lanternim e dois dos quatro coruchéus vistos da Rua São Cristóvão |
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Hospital Frei Antônio (ex-Hospital dos Lázaros): Fachada posterior |
Experimente o leitor conhecer o Hospital Frei Antônio do Desterro.
Eis o que nos diz Moreira de Azevedo:
"Vagando pela cidade diversos indivíduos atacados de elephantiasis dos Gregos (sic), ou mal de são Lázaro, assustou-se o povo do contágio da moléstia.”
Aparentemente, doenças deformantes eram confundidas. Fosse como fosse, os inúmeros doentes davam má aparência ao centro da cidade, já tornada capital do vice-reino. O conde de Bobadela, Gomes Freire de Andrade, tentou dar condições ao antigo abrigo dos jesuítas no atendimento aos enfermos para removê-los do Centro. Para lá foram. Amontoavam-se os infelizes em casebres à frente do abrigo na praia de São Cristóvão. Mais tarde (1763), o conde da Cunha, sucessor de Bobadela, conseguiu implantar o Lazareto, graças à interferência de Frei Antonio do Desterro já sob a administração da Irmandade da Candelária.
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Jardim |
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Pátio interno com azulejos e pisos em pedras portuguesas em estilo art nouveau do início do século XX |
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Detalhe dos azulejos |
Após a vinda da família real, os morféticos foram removidos do prédio para que nele se instalasse o 3° Batalhão dos Caçadores, unidade de guarda da Quinta da Boa Vista. Ficaram os lázaros entre 1817 e 1833, sucessivamente, nas ilhas da Enxada e dos Frades (Bom Jesus), no litoral de São Cristóvão e, depois, trazidos de volta ao Lazareto. No período em que o batalhão permaneceu no edifício foram adicionadas instalações para os militares, resultando certa mistura no aspecto arquitetônico. Mesmo assim, do bloco principal, erguem-se quatro pináculos em torno de um central, mais alto, que empresta especial encanto à sua arquitetura.
Na praça Mário Nazaré, veja os vestígios do cais onde atracavam as embarcações e o rico portão de entrada. No interior aprecie o requinte que as sucessivas reformas criaram, envolvendo a primitiva capela de planta octogonal, dedicada a São Pedro e contemporânea da de São Cristóvão. No salão nobre apreciaremos os retratos a óleo, de corpo inteiro, do conde da Cunha e do próprio frei Antônio. Pelos corredores, testemunhos da azulejaria portuguesa, de refinados desenho e colorido.
Em nossos dias, em que a hanseníase já é curável, a Irmandade da Candelária garante assistência às remanescentes enfermas, idosas irmãs da Ordem, com asseio e carinho. De seu ex-pátio frontal, podemos contemplar o frontispício do prédio e parte do Cais do Porto.
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Portas e azulejos de outro pátio interno |
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São Lázaro |
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Hospital Frei Antônio: fachada anterior |
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Fachada anterior: gradis em ferro e arcos neogóticos |
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Fachada anterior |
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Inscrição sobre granito, na porta principal, com a data de construção do prédio |
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Gradil e vista para o gasômetro e cais do porto |
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Fachada lateral: aqui os elementos colonais estão bem preservados, embora a platibanda seja um acréscimo posterior |
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Sino |
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Vista do alto. Ao longe, os guindastes do cais. Outrora o mar chegava bem mais perto! |
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Capela de planta octogonal (NC) |
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Conde da Cunha (NC) |
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Vitral art nouveau de Formenti de 1920 com inscrição Aqui Nasce a Esperança sugerida por D.Pedro II em 1881 no livro de visitas |
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Rico portão de entrada |
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Vestígios do cais onde atracavam as embarcações |
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Foto de 1906 da recém-inaugurada Avenida Francisco Bicalho. À esquerda o gasômetro e bem no canto o Lazareto |
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Hospital dos Lázaros em antigo cartão postal (gentilmente enviado por Paulo Renato Leite de Castro). |
Para ler uma história detalhada do Lazareto clique aqui. Para ver outras postagens neste blog sobre São Cristóvão, clique no marcador abaixo. O e-mail da Irmandade da Candelária, que administra o Lazareto, é sec@candelaria.com.br
2 comentários:
Ivo,
jamais poderia imaginar que esse hospital fosse assim.É uma construção belíssima a começar pelo portão. Obrigada por revelar-nos tantas coisas lindas. Sou carioca, amo essa cidade e cada dia descubro que a conheço muito pouco. Ainda bem que existe o seu blog.
Ju
Encontrei seu blog hj procurando no Google por Lazareto de São Cristóvão.
Devorá-lo-ei.
Não li nada, mas já estou dando os parabéns, agradecendo e dizendo que estou te devendo um almoço num dos muitos restaurantes sensacionais e tradicionais da nossa cidade que já foi realmente maravilhosa.
PS: fiquei feliz ao ver que o último post é recente :)
Bernardo Pantaleão
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