Ontem tivemos a oportunidade de participar de um grupo organizado pelo historiador Nireu Cavalcanti que visitou as obras de restauração do Palácio Laranjeiras realizadas pela empresa CONCREJATO, com verbas arrecadadas de empresas através das leis de incentivo à cultura. Os trabalhos devem estar concluídos para as Olimpíadas e depois disso existem planos de abrir o Palácio à visitação nos fins de semana. O Palácio Laranjeiras foi construído de 1909 a 1914 para o jovem empresário Eduardo Guinle, com base em projeto do arquiteto Armando da Silva Telles, que já havia projetado a casa do pai de Eduardo em Botafogo — ambos os imóveis inspirados nas villas mediterrâneas, como informam Beatriz Coelho Silva e Christine Ajuz em Palácio Laranjeiras. Conquanto as fontes citem como coprojetista o francês Joseph Gire, trata-se de um "mito", já que este estava na Argentina nessa época, onde desenvolveu vários projetos arquitetônicos importantes, e só chegaria ao Rio de Janeiro em 1 de outubro de 1918, como consta da coluna "Vida Social" (subtítulo "Viajantes") à pág. 6 do jornal O Paiz daquele dia, que você pode consultar na Hemeroteca Digital. Além disso, as plantas do palácio, guardadas no Arquivo Geral da Cidade, uma das quais reproduzimos abaixo, são assinadas tão-somente pelo arquiteto Silva Telles.
O Palácio divide-se em três corpos, cada um
deles destinado a uma função diferente: o corpo central abriga a parte social
ou de cerimônia e, das duas alas, uma abriga a parte residencial e a outra, a
parte de serviço, como lemos na página do site Patrimônio belga do Brasil
dedicada ao palácio (que você pode acessar aqui; o patrimônio belga no caso é o
parquet que forma o piso de cinco
aposentos. O simpático Barbosa, veterano funcionário que dedicou a vida ao Palácio,
contou-nos saborosas histórias sobre as autoridades moradoras do majestoso bem
tombado. Lá foi assinado o famigerado AI-5, Costa e Silva morreu e teve seu corpo velado,
o então chefe do SNI João Baptista de Figueiredo teve seu escritório e Geisel
teve seu corpo
velado.
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Planta do Palácio Laranjeiras assinada por Armando da Silva Telles fornecida por Nireu Cavalcanti |
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À primeira vista parece um palácio francês, mas a
vegetação em volta mostra que estamos em terras tropicais. Vemos aqui a fachada
principal do Palácio Laranjeiras (se vocês olharem uma foto do Cassino de Monte
Carlo, notarão certa semelhança) |
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Palácio Laranjeiras: Três corpos de construção, corpo
central (atrás) abrigando a parte social e de cerimônia e as duas alas dos
fundos (nesta foto, na frente), uma residencial e a outra de serviço |
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Palácio Laranjeiras: Fachada lateral principal, voltada
para o parque |
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Detalhe da fachada lateral |
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Leão no pórtico da fachada lateral que dá para o parque |
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Fachada lateral que dá para os fundos do parque |
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Vista da varanda da fachada lateral principal |
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Piso de mosaico |
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Azulejos num dos aposentos. Fotos do editor do blog. |
Um comentário:
Olá Ivo,
Parabéns pela visita do Blog ao palácio Laranjeiras. É realmente uma construção belíssima.
Abs
Ju Ricardo
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