Em Atlas, seu último livro publicado em vida, o argentino Jorge Luis Borges escreveu, a respeito de um dos maiores desertos do mundo: “Ao pé das pirâmides, tomei um punhado de areia, caminhei alguns passos, despejei-o um pouco à frente e disse para mim mesmo: eu modifiquei o Saara”. O trecho, simbolicamente, adorna uma parede do Museu do Amanhã, o mais novo centro cultural da cidade, construído em uma área de 34 000 metros quadrados na Zona Portuária, defronte à renovada Praça Mauá e às margens da Baía de Guanabara. Com linhas arrojadas projetadas pelo estrelado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o espaço abre finalmente suas portas ao público no próximo sábado (19), após cinco anos de obras que consumiram 215 milhões de reais. Dentro do edifício estão reunidas atrações de alta tecnologia que convidam o visitante a refletir sobre a construção do futuro com base no impacto das ações humanas no planeta. “Queremos que as pessoas sejam inspiradas por aquela ideia do Borges”, diz o físico e doutor em cosmologia Luiz Alberto Oliveira, curador do museu, referindo-se ao conceito evocado no texto do escritor, de que profundas transformações coletivas começam com pequenos gestos individuais.
O coração do museu é uma exposição de longa duração instalada no 2º piso, em uma galeria com 300 metros de comprimento. Cinco perguntas fundamentais, que acompanham a humanidade desde os seus primórdios, norteiam a visita: de onde viemos, quem somos, onde estamos, para onde vamos e como queremos ir? (Leia mais na Veja-Rio clicando aqui.)
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