ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

18.9.12

PAULINHO



Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

(Do poema "Se Eu Morresse Amanhã"
de Álvares de Azevedo)




Antes do advento da bendita penicilina, não só os poetas românticos morriam com vinte e poucos anos (Álvares de Azevedo, 20 anos, Casimiro de Abreu, 21, Junqueira Freire,  22, Castro Alves, 24), como muitas crianças não conseguiam chegar à vida adulta, vítimas das mil e uma infecções e gripes que hoje qualquer pediatra cura. Se você percorrer atentamente o Cemitério São João Batista encontrará vários túmulos infantis, como este do Paulinho (18/5/1904—18/9/1912), falecido exatamente cem anos atrás. Pelo capricho com que ergueram seu túmulo dá para imaginar a dor da família. Cem anos depois, exceto este editor do blog, ninguém se lembrou de levar flores. O que confirma o velho adágio de que o tempo é o lenitivo para todos os males. Orai por ele!


2 comentários:

Joaossara disse...

É extranho ver fotos e materias sobre cemitérios. Quando alguém que amomos morre, passamos a ver esse lugar com outros olhos.

MUSEU DO VAL DE LITERATURA disse...

Me emocionei com sua postagem do túmulo do menino, cem anos depois. As flores que você levou são fragmentos coloridos do seu coração. Quanto ao São João Batista, diz a lenda que o primeiro a ser ali enterrado foi justamente o poeta citado, Álvares de Azevedo. Havia sido sepultado no Cemitério do Hospício (em frente ao hoje Palácio da Reitoria da UFRJ, que era o Hospício D. Pedro II) mas uma forte ressaca revolveu os túmulos, e o dele só foi encontado pelo cão da família. Os pais do poeta conseguiram enterrá-lo no São João Batista, então ainda não inaugurado.
Abraço do amigo e admirador
Waldir Ribeiro do Val