Igreja de Santa Luzia a beira-mar em 1890 em pintura de Camões |
Uma pequena ermida consagrada a Santa Luzia era, em 1592, o único edifício na praia da Piaçava, posteriormente chamada praia de Santa Luzia. Nela, estabeleceram-se, durante quinze anos, os primeiros frades franciscanos.
Em 1752, a irmandade decidiu edificar nova igreja num terreno próximo, na mesma praia, de fachada muito singela, contava com uma torre e uma só porta de entrada. Em 1872, o templo sofreu remodelação, assumindo maiores proporções, segundo o projeto do Mestre Antônio de Pádua e Castro. São desta época as duas altas torres e as duas portas laterais.
A rua Santa Luzia foi aberta por imposição de D. João VI, que pretendia se locomover com sua carruagem diretamente do Convento da Ajuda à igreja para cumprir a promessa e assistir à missa — por este motivo, uma tribuna na capela-mor era destinada à família real.
Retratada por vários artistas e fotógrafos pela sua posição privilegiada, de frente para a praia, sua original beleza está documentada e pode ser apreciada na sala de passagem entre a igreja e a sacristia. O privilégio, no entanto, foi totalmente alterado pelas diversas remodelações que modificaram a cidade na primeira década deste século [século XX].
Com o desmonte do Morro do Castelo e o aterro dele proveniente, a igreja de Santa Luzia perdeu sua praia e secou sua fonte de água límpida, tida como milagrosa para as enfermidades dos olhos.
A igreja e o prédio da Santa Casa da Misericórdia, com sua igreja de N.S. de Bonsucesso, foram as únicas edificações que permaneceram em toda a área.
A fachada apresenta elementos do estilo neoclássico. Os três altares são do Mestre Antônio de Pádua e Castro, o mesmo artista que reconstruiu a fachada. Para o culto a N.S. dos Navegantes, há uma imagem da santa no altar à esquerda.
Atrás do altar, encontra-se a Sala das Promessas, com uma imagem de Santa Luzia em mármore branco, de onde jorra água cristalina, substituindo a fonte original, hoje obtida por um especial sistema de filtragem. Os devotos lavam os olhos e o rosto e bebem a água, ainda crendo nos seus poderes. (Fonte: Guia das Igrejas Históricas da Cidade do Rio de Janeiro editado pela Prefeitura)
A fachada conserva no corpo central a composição original do séc. XVIII. |
Portada barroca. |
Capela-mor rococó. |
Estátua de Santa Luzia na Sala de Promessas |
Lateral da igreja durante a Festa de Santa Luzia, em dezembro (época em que florescem os flamboyants).
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A igreja em meio aos prédios. Do mar de outrora, nem cheiro! |
2 comentários:
quais as bibliografias consultadas, achei incrível a questão histórica.
Respondendo: Guia das Igrejas Históricas da Cidade do Rio de Janeiro editado pela Prefeitura. Veja se tem na Estante Virtual. Outra fonte muito boa de informações sobre as igrejas históricas do Rio é a obra da Sandra Alvim, Arquitetura religiosa colonial do Rio de Janeiro. As informações de tombamento das igrejas no site do IPHAN também são interessantes.
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