ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

10.7.19

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Convento e Igreja de São Francisco em foto de cerca de 1862 de Militão Augusto de Azevedo. Desde sua aula inaugural, em 1 de março de 1828, o "curso jurídico", depois Academia de Direito e, a partir de 1854, Faculdade de Direito ocupou as dependências do antigo convento.


A faculdade em foto de Frédéric Manuel de 1906. Uma restauração em 1884 retirara do convento seu aspecto original da foto anterior, substituindo o beiral por uma platibanda, acrescentando um pórtico alto, além de outras modificações.

A FACULDADE DE DIREITO DA USP, NO LARGO DE SÃO FRANCISCO, CENTRO PAULISTANO, OFERECE VISITAS MONITORADAS NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA DE CADA MÊS ÀS 14H30. VOCÊ PODE AGENDAR PELO E-MAIL visitasfd@usp.br. FOTOS TIRADAS DURANTE UMA DESSAS VISITAS. 
TEXTO REPRODUZIDO DO FOLHETO DISTRIBUÍDO NA VISITA.

Durante a década de 1930, o antigo convento foi demolido para dar lugar ao edifício de feições monumentais, em estilo neocolonial, que conhecemos hoje como Prédio Histórico. Para uma aula sobre este e outros estilos arquitetônicos adotados no Brasil veja nossa postagem sobre a evolução da arquitetura carioca clicando aqui.

Criada em 11 de agosto de 1827, com a fundação dos primeiros cursos jurídicos do Brasil, a Faculdade de Direito de São Paulo veio responder aos anseios de consolidação da emancipação recém-conquistada pelo país. Sua finalidade inicial era formar governantes e administradores públicos que viriam estruturar e conduzir o país independente.

Vitral na escadaria mostrando a faculdade quando ainda ocupava o antigo convento.

A princípio, fora instalada nas dependências de um convento erigido no Largo de São Francisco durante o século XVII. A presença de uma biblioteca e de um rico acervo constituído ao longo de anos e anos pelos frades franciscanos foi determinante para que o local fosse escolhido para sediá-la. 

A faculdade abriga várias obras de arte, entre elas, quadros de ex-diretores. Neste vemos Herculano de Freitas, diretor de 1916-25.

Durante a década de 1930, no entanto, o antigo convento foi demolido para dar lugar ao edifício de feições monumentais que conhecemos hoje como Prédio Histórico. Projetado por Ricardo Severo, considerado o sucessor de Ramos de Azevedo, o novo edifício inaugurou o estilo neocolonial, que congregou a arquitetura moderna e elementos do barroco luso-brasileiro, preservando um pouco da tradição cultural presente no antigo convento. As obras só seriam concluídas na década de 1940.

A biblioteca. Os livros estão agrupados não por assuntos, mas por altura, sendo localizados por um sistema de indexação.


Observe que livros de diferentes assuntos, mas mesma altura, compartilham a estante.

A Faculdade de Direito de São Paulo foi a primeira a integrar a Universidade de São Paulo (USP) por ocasião de sua fundação em 1934.

Em 2002, todo o conjunto arquitetônico do Prédio Histórico foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

Salão Nobre


Sala da Congregação

Nesses quase dois séculos de história, a Faculdade de Direito legou ao país bem mais do que previa o seu propósito original.

Seus estudantes e egressos não apenas ajudaram a lançar as bases do Estado brasileiro e ocuparam postos de relevo nos quadros do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, tornando-se presidentes da República, governadores, prefeitos, deputados, senadores, ministros e juízes. Alguns deles foram protagonistas de importantes movimentos nacionais, como o abolicionismo, o republicanismo, o constitucionalismo e a campanha das Diretas Já. Entre eles, figuram nomes conhecidos da história nacional, como Prudente de Moraes, José Antonio Pimenta Bueno, José Bonifácio de Andrada e Silva (o Moço), Ruy Barbosa, Campos Sales, Ulysses Guimarães e Franco Montoro e muitos outros.

Sala da Congregação: reprodução do decreto criando os cursos jurídicos

Outros, alimentando o clima de efervescência cultural que a Faculdade de Direito instaurou em São Paulo, legaram ao país algumas das mais importantes obras da literatura brasileira. É o caso dos poetas Castro Alves, Fagundes Varella e Álvares de Azevedo, de Monteiro Lobato e, mais recentemente, de Lygia Fagundes Telles, alguns deles nomeados imortais pela Academia Brasileira de Letras.

Retratos dos ex-reitores

Não é por acaso que costuma-se dizer que a história da Faculdade de Direito se confunde com a história do país e de São Paulo.


Em suas dependências, distribuem-se registros de marcos e acontecimentos históricos de grande significado para a Faculdade e seus estudantes, como o túmulo do professor Julius Frank, construído em 1842, e a pedra fundamental do edifício para o qual seria transferido o curso de Direito na Cidade Universitária, arrancada de sua origem por estudantes contrários à transferência e instalada no Largo de São Francisco em 1973 com os dizeres "Quantas pedras forem colocadas, tantas arrancaremos".


Túmulo do professor Julius Frank

Mas a Faculdade de Direito abriga também monumentos que registram e homenageiam momentos decisivos da história nacional, como o Monumento ao Soldado Constitucionalista e a Tribuna Livre, de onde o inesquecível mestre Goffredo da Silva Telles Jr. pronunciou sua Carta aos Brasileiros e defendeu a democracia em plena ditadura militar.

Retrato de Frei Galvão no local onde, segundo a tradição,  estaria situada a sua cela no convento. Nesse mesmo local existe uma relíquia do santo.

Que essas Arcadas continuem a sustentar sonhos, ideais e lutas da nação brasileira por muitos outros séculos!


As famosas arcadas

Memorial aos acadêmicos mortos na Revolução Constitucionalista: "Quando se sente bater / No peito heroica pancada / Deixa-se a folha dobrada / Enquanto se vai morrer..."

2 comentários:

PAOLO POETANCHOREPORTER MONTENEGRO disse...

SRTAS E SRS , O GIGANTE ADORMECIDO PRECISA- SIM DE UMA REVOLUÇÃO CULTURAL E VALORIZAR AS MUSAS HETEROSSEXUAIS , MÃES SOLTEIRAS OU NÃO , tão DISCRIMINADAS ...

POETANCHOREPÓRTR PAOLO MONTENEGRO FAZ ISTO NO SEU GLORIOSO MÍDIA E MULHER , ano 18 em JULHO 19 , sem palavrões, nus e semi-nus

PAOLO POETANCHOREPORTER MONTENEGRO disse...

SÓ ACEITO CRÍTICAS CONSTRUTIVAS , PAOLOHAPPY30@GMAIL.COM