ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

29.4.19

SÃO PAULO (POEMA) de RIBEIRO COUTO

Publicado originalmente na edição especial da revista O Cruzeiro, de 2 de abril de 1938, dedicada a São Paulo



A neblina das manhãs de inverno
– ó São Paulo enorme, ó São Paulo de hoje, ó
São Paulo ameaçador! –
A neblina das manhãs de inverno
amortece um pouco o orgulho triunfante das
tuas chaminés.
A neblina esconde o contorno das grandes fábricas
ao longe,
perdidas na planície, entre o chato casario
proletário.
E tudo cor de barro novo, como se fosse manchado
de sangue!

Nas ruas do centro agita-se a pressa do comércio.

Nos bairros burgueses, no entanto, há o silêncio.
As alamedas adormecem sob o silêncio.
Os jardins adormecem sob o silêncio.

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