A neblina das manhãs de inverno
– ó São Paulo enorme, ó São Paulo de hoje, ó
São Paulo ameaçador! –
A neblina das manhãs de inverno
amortece um pouco o orgulho triunfante das
tuas chaminés.
A neblina esconde o contorno das grandes fábricas
ao longe,
perdidas na planície, entre o chato casario
proletário.
E tudo cor de barro novo, como se fosse manchado
de sangue!
Nas ruas do centro agita-se a pressa do comércio.
Nos bairros burgueses, no entanto, há o silêncio.
As alamedas adormecem sob o silêncio.
Os jardins adormecem sob o silêncio.
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