Sou uma pessoa tolerante. Tenho amigos em todo o espectro
ideológico. Tenho amigos de
esquerda, alguns brilhantes, que adoro e que admiro. Mas (que meus amigos não
fiquem chateados com esta minha confissão) a esquerda tem um “defeitinho”. Não
é tolerante como eu. Para os esquerdistas, um governo, uma administração que não
seja de esquerda é o “fim do mundo”, um retrocesso, um horror. Para ela a “não
esquerda” padece de uma espécie de pecado original, irredimível. Quem vota num
candidato que não seja da lista deles comete quase que um crime ideológico. Falta-lhes o "espírito democrático".
Não tenho nada a favor do Crivella. Meu voto nele foi um
voto útil. Votei contra o Freixo. Não tenho nada contra ele, pessoalmente.
Tenho contra o partido. Ele está no partido errado. Um partido virulentamente
anti-Israel. O ditador da Síria com apoio da Rússia bombardeia populações civis
e o PSOL não fala nada. A Arábia Saudita bombardeia civis
no Iêmen e idem. Mas se Israel cometer algum deslize...
sai de baixo! A grita dos partidos e intelectuais de esquerda (e aí se inclui o
PSOL) é ensurdecedora. Já aconteceu no passado.
Desconfio que o PSOL, se ganhasse a Prefeitura, faria o que
o PT fez no nível federal: arrumaria “boquinhas”, cargos comissionados, para
toda a companheirada. Distribuiria dinheiro público a rodo aos artistas e
intelectuais que apoiam sua ideologia. Não continuaria apoiando os black blocs
como fez no passado porque agora estaria no poder e não interessa. Tampouco
continuaria apoiando greves intermináveis de professores, sequestrando o futuro
das crianças pobres (porque as ricas estudam em escola particular), pelo mesmo
motivo. Mas se Freixo faria realmente ou deixaria de fazer essas coisas nunca
saberemos... porque ele perdeu.
O que saberemos é se Crivella fará aquilo que o PSOL afirmou
que faria: convidar o nefasto Garotinho (esconjura!) para seu secretariado e
governar visando o projeto de poder evangélico. Tomara que não. O Paes fez um
grande governo de grandes empreendimentos: VLT, BRT, Parque de Madureira (numa
região carente de áreas de lazer), o Porto Maravilha. Crivella diz que vai
cuidar das pessoas: da saúde, da educação, da segurança. O Eclesiastes ensina
que existe um tempo para tudo. Tempo de grandes obras, tempo de cuidar das
pessoas. Não morro de amores por Crivella, mas tomara que o governo dele dê
certo. Para o bem de nós que adoramos o Rio.
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