ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

14.11.16

MAJOR ARCHER, UM PIONEIRO NA LUTA CONTRA O DESMATAMENTO

A Floresta da Tijuca, no coração do Rio de Janeiro, a maior floresta urbana do mundo, resultou do primeiro grande projeto de reflorestamento da história universal, iniciado em 1862. Em um dos capítulos do Volume III de O Velho Oeste Carioca, livro sobre a ocupação da Zona Oeste do Rio de Janeiro, André Luís Mansur conta a história desse projeto. Transcrevemos a seguir trechos do capítulo.


Dono da Fazenda Independência, em Guaratiba, o major Manuel Gomes Archer foi um pioneiro na luta contra o desmatamento, um tema comum neste início de século XXI, mas que há 150 anos não estava entre as pautas de nenhum programa de governo. Cortar árvores, sem a menor preocupação com reflorestamento, era uma prática normal no Brasil, aliás inaugurada desde a chegada dos primeiros portugueses ao nosso litoral, e também de corsários franceses nas primeiras décadas do século XVI, que negociavam com os indígenas as toras de pau-brasil, num método tão destrutivo que a espécie que daria nome à colônia foi praticamente extinta do litoral.
         

A Floresta da Tijuca, um dos maiores patrimônios ambientais do Brasil, também passou por um processo de devastação, devido à expansão da lavoura cafeeira, que atingiu o seu auge na segunda metade do século XIX. Foi graças ao empenho pessoal do imperador D. Pedro II, enfrentando interesses de donos de sítios na floresta, que o major Archer recebeu carta branca para realizar o primeiro trabalho de reflorestamento de grande porte de que se tem notícia no Brasil. [...]
Manuel Gomes Archer nasceu em 21 de outubro de 1821. Era major da Guarda Nacional, uma força paramilitar criada no Império para suprir a falta de um exército profissional. Em sua fazenda de Guaratiba, Archer mantinha muitas mudas de espécies nativas, que acabariam sendo usadas no replantio da Floresta da Tijuca.
         
A portaria imperial, nomeando Archer administrador da Floresta da Tijuca, foi assinada em 18 de dezembro de 1860, mas as primeiras mudas só foram plantadas em 4 de janeiro de 1862. Ele se instalou no Sítio do Midosi. "O major Archer proibiu terminantemente a derrubada das poucas árvores que ainda restavam, e proibiu o comércio lucrativo de carvão vegetal que era realizado em todas as partes das montanhas. Ele trouxe sementes de sua propriedade rural em Guaratiba para plantá-las na região, fez viveiros de plantas selecionadas e transplantou as mudas. (Parque Nacional da Tijuca, de Luis Alexandre Franco Gonçales).
         
Monumento a Constantino, Eleutherio, Leopoldo, Manoel, Matheus e Maria, escravos do Major Archer no reflorestamento da Floresta da Tijuca, e a Sabino, Macário, Clemente, Antonio e Francisco, escravos de Thomas Nogueiro da Gama no reflorestamento das Paineiras. A cidade agradece.

Já em 1862, foram plantadas 13.817 árvores, trabalho feito não apenas por seis escravos, como se imaginava, mas também por uma equipe que incluía um feitor, operários, guardas, serventes e empregados incumbidos de abrir e conservar caminhos. Os seis escravos que trabalharam no reflorestamento só foram admitidos a partir de 1964: Constantino, Eleutério, Leopoldo, Manoel, Matheus e Maria. Até o fim do trabalho, em 1874, foram plantadas 61.852 mudas de árvores de diversas espécies, como pau-brasil, nogueira, palmeira, goiabeira, eucalipto etc. O trabalho teve continuidade pelo Barão d´Escragnolle, que ficou no cargo até 1888, quando morreu.
         
O prestígio de Archer, que após o imenso trabalho feito na Floresta da Tijuca, voltou para sua fazenda, em Guaratiba, manteve-se intacto junto ao imperador, que o convidou para a Exposição Mundial da Filadélfia, em 1876, comemorando o centenário da independência dos Estados Unidos, e em 1877 o nomeou superintendente da Imperial Fazenda de Petrópolis, com o objetivo de reproduzir, nos morros da região, também já bastante degradados, o trabalho feito na Tijuca. Em Petrópolis, o problema do desmatamento era causado principalmente pela extração da madeira, seja para a construção das casas, ou para o comércio de lenha e carvão.


LIVRARIAS QUE VENDEM OS LIVROS DE ANDRÉ LUÍS MANSUR:

- Livraria Arlequim, no Paço Imperial.
- Livraria Folha Seca, na Rua do Ouvidor, 37.
- Banca de jornais da rua da Quitanda, em frente ao número 50.
- Blooks, na Praia de Botafogo.
- Livraria do Instituto Pereira Passos perto do Largo do Machado.
- Café & Pauta do Botafogo Praia Shoppping e do Boulevard Rio Shopping.
- Livraria Leitura, no Park Shopping, em Campo Grande.
- N & R Restaurante, em Santa Cruz.
- Fernando´s Bar, na Pedra de Guaratiba.
- Lado Oeste Cervejas, em Campo Grande.
- Bar Chopp da Villa, em Campo Grande.
- Livraria Real Engenho, em Realengo.
- Restaurante Don Ganache, em Marechal Hermes.
- Livraria Moviola, em Laranjeiras.
- Sebo de Campo Grande, em Campo Grande.
- Banca Dá Poesia, na pra 7 de Abril, em Paciência.
- PubBeer Paciência.
- Café Consenso, em Pedra de Guaratiba.