IGREJAS DA TIJUCA & SUB-BAIRROS DA MUDA E USINA. Fotos do editor do blog e de Roger de Sena (RS).
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Capela N.S. da Conceição, anexa ao Hospital Gaffrée e Guinle, em estilo neocolonial, assim como o hospital. |
— Mas, enfim, que pretendes fazer agora? perguntou-me o Quincas Borba,
indo pôr a xícara vazia no parapeito de uma das janelas.
— Não sei; vou meter-me na Tijuca; fugir aos homens. (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Cap. CXLI)
Foi em 1865, uma tarde de março, por sinal que chovia. Quando chegamos ao alto da Tijuca, onde era o nosso ninho de noivos, o céu recolheu a chuva e acendeu as estrelas, não só as já conhecidas, mas ainda as que só serão descobertas daqui a muitos séculos. (Machado de Assis, Dom Casmurro, cap. CII)
Fez-se o passeio à Tijuca, sem outro incidente mais que uma queda do cavalo, ao descerem. Não foi Rubião que caiu, nem o Palha, mas a senhora deste, que vinha pensando em não sei que, e chicoteou o animal com raiva; ele espantou-se e deitou-a em terra. Sofia caiu com graça. (Machado de Assis, Quincas Borba, cap. CXLIII).
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Paróquia Bom Pastor (Rua Bom Pastor, 481). |
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Paróquia Bom Pastor. |
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Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, construída em 1928 conforme projeto em estilo neobizantino de Archimedes Memória (segundo Hélio Brasil, o "Niemeyer do início do século XX", projetista também do Palácio Tiradentes) (Rua Haddock Lobo, 266). |
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Túmulo de Estácio de Sá, morto em 1583, que antes esteve na antiga Igreja de São Sebastião no Morro do Castelo. |
Leandro Konder escreveu que “memória são referências do nosso caminho de vida”. Uma boa parte das minhas foi adquirida na Tijuca, bairro de forte presença da colônia judaica da zona norte, na vasta área que começa na Rua Uruguai e termina na Matoso, repleto de praças, colégios, hospitais, e de gente orgulhosa de morar num dos melhores lugares da cidade.
Falar em Tijuca é falar na Praça Saens Pena, ou, simplesmente, Praça, como nos referimos ao centro nervoso do bairro. Foi lá que comecei a conhecer o mundo por intermédio das galerias, das grandes lojas e das salas de cinema. [...]
A Tijuca judaica tomou conta de mim aos poucos. Na minha infância, havia duas sinagogas − nas ruas Afonso Pena e Ibituruna − onde encontrava meus avós paternos em festas religiosas. [...]
Os cinemas sumiram, assim como a Sloper e a Mesbla. As galerias não têm tanta importância, nem o Bob’s. O Monte Sinai se mantém na qualidade de catalisador da coletividade judaica do bairro, mas o Scholem não mais existe. Quando ando pelas ruas daquele quarteirão e reconheço algo que me leva no tempo, meus olhos ficam úmidos por que lembro a minha infância e juventude, a época em que era inocente e pouco conhecia do mundo. Hoje, quando busco forças para enfrentar os desafios diários de sobreviver em um mundo difícil, sinto-me mais confiante, pois me recordo daquelas referências. (Trechos da crônica "O meu shtetl", de Mauro Band, publicada no Boletim da ASA de março/abril de 2007).
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Igreja de São Francisco Xavier. A igreja original era de 1625. Entre 1805 e 1873, foi reconstruída várias vezes. A fachada apresenta elementos de transição de estilos, com detalhes neoclássicos. O interior foi modificado em 1923 pelo vigário Monsenhor MacDowell, que mandou construir 21 altares, simbolizando os estados brasileiros (R. São Francisco Xavier, 75). |
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Igreja de Santo Afonso, em estilo neogótico (R. Barão de Mesquita, 275 - esquina com Major Ávila). |
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Igreja de Santo Afonso. |
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Igreja Matriz da Paróquia dos Sagrados Corações, de 1936, em estilo neorromânico (Rua Conde de Bonfim, 474). |
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Igreja Maronita N.S. do Líbano, de 1960, estilo eclético com elementos góticos (portas em ogiva, a rosácea, etc. - R. Conde de Bonfim, 638). |
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Igreja Maronita N.S. do Líbano (portões). |
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Igreja Maronita N.S. do Líbano (detalhe). |
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Igreja de N. S. da Conceição, ao lado do Hospital da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Consultei Alexei Bueno sobre o estilo, eis seu diagnóstico: "Um caos completo, cada andar tem um estilo. No térreo dá para notar um neoclássico tardio, os vão ainda em boa cantaria, como na bela igreja de S. João Batista da Lagoa, que é do Bethencourt da Silva, na Voluntários da Pátria. O segundo andar já não tem estilo nenhum, e as torres, para fechar tudo, são abomináveis. Ela deve ter demorado muito a ser construída, o que acaba dando nisso. Como dizia o Huysmans, a feiúra em arquitetura sacra deve ser obra do capeta!" (R. Conde de Bonfim, 987 - Muda) (RS). |
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Bonita casa na Rua 18 de Outubro, esquina com Rua Alves de Brito, na Muda (RS). |
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Fachada do Colégio Marista São José, na Rua Conde de Bonfim (RS). |
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Escadaria de acesso (do estacionamento) ao Setor de Emergência do Hospital da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, na Rua Conde de Bonfim (RS). |
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Fachada principal do hospital (RS). |
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Simpático antiquário próximo do Colégio Marista, na Conde de Bonfim (RS). Clique no marcador Tijuca abaixo para ver mais postagens sobre o bairro. Para ver mais fotos da Tijuca: do editor do blog, clique aqui; de Roger de Sena, clique aqui. |
2 comentários:
Caro tijucano honorário IVO,
Uma beleza de trabalho! Com muita admiração e uma pontinha de orgulho, a que me permito por ter dado minha singela contribuição, te parabenizo por esta postagem que vai ajudar um bocado aos cariocas e apreciadores do Rio a conhecer um pouco mais desse pitoresco bairro.
Parabéns! (enviado por e-mail)
Na lista das igrejas faltou a Basílica de Santa Teresinha, na rua Mariz e Barros.
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