ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

20.8.07

ABAIXO A DITADURA


TRÁFICO IMPÕE LEIS DE EXCEÇÃO PARA 1,5 MILHÃO DE CARIOCAS. DIREITOS BÁSICOS SÃO VIOLADOS TODOS OS DIAS; HÁ 7 MIL DESAPARECIDOS NO RIO.

Com esta manchete, O Globo de 19 de agosto de 2007 anunciou uma série de matérias sobre a ditadura do tráfico. "Vinte e dois anos depois do fim do regime militar, cerca de 1,5 milhão de moradores de favelas do Rio ainda vivem sob terror igual ao de uma ditadura", prossegue o jornal.

Este blog desde seu surgimento defende a tese de que para os moradores de comunidades e periferias, a ditadura não acabou. Por exemplo, em 14/12/05 escrevemos:

"Há tempos o Estado de Direito deixou de prevalecer nas áreas periféricas e marginalizadas das metrópoles brasileiras. Onde estão aquelas vozes corajosas que se manifestaram - e se manifestam até hoje — com tanta coragem contra o arbítrio do regime militar? Por que se calam ante o novo arbítrio?"

Em editorial intitulado "Ditadura na favela" publicado em O Globo de 21 de agosto, lemos:

"O favelado comum, honesto, trabalhador — a grande maioria — é, na verdade, a vítima mais próxima das quadrilhas que usurparam amplas áreas das cidades do alcance do poder público, convertendo os moradores em reféns. Como bem provam as reportagens, boa parte do 1,5 milhão de residentes nas favelas cariocas — cerca de 20% da população total — está fora do alcance do estado de direito, garantido formalmente a todo brasileiro desde a redemocratização de 1985 e a promulgação da Carta de 1988. A favela nada tem de romântico e idílico. Mora-se quase sempre mal e sob risco de vida. Lá, a ditadura não acabou: pessoas desaparecem, vidas são destruídas de forma cruel, a partir do veredicto de tribunais de exceção, formados por bandidos que se colocam acima do bem e do mal, longe do alcance das leis."

2 comentários:

Moira disse...

Ivo meu querido

Concordo com você, mas também acrescento que as comunidades carentes tiveram um sopro de democracia ao poderem se organizar em centros comunitários, e foram totalmente abafados pelos próprios governos municipais e estaduais, porque não interessava ao governo atenderem à pedidos como água encanada ou projetos maiores como saúde da família etc. Ficaram sem nada na mão dos vereadores mais afoitos e dos prefeitos sem juízo!
Beijos te amo
Moira

Anônimo disse...

Meu caro amigo escritor.
Lamentavelmente os que possuem condições de levantar alguma bandeira em favor dos pobres e oprimidos se calam ou então se envolvem nas mamatas ou oportunidades das rentáveis ongs da vida ou similares e a outra parte "aquece" o comércio da bandidagem. Mesmo assim, ainda sobra "algum" para benefício de muitos em vários segmentos das associações das comunidades carentes. Graças à Deus.
É um belo círculo vicioso onde a hipocrisia, a impotência, a corrupção, a impunidade e a insensatez caminham de mãos dadas por esse nosso querido Brasil e, enquanto isso, tenha certeza de que os menos favorecidos em sua maioria, são pessoas dignas, trabalhadoras e ainda sonhadoras de que um dia essa vergonhosa divisão de classe possa ser extinta.
Felicidades!