DICAS

6.10.08

GRANDE TEMPLO ISRAELITA DO RIO DE JANEIRO



Construção de estilo eclético, em que coexistem elementos tanto da arquitetura de origem hebraica quanto das ordenações clássicas. O autor do projeto, elaborado em 1919, é o engenheiro arquiteto Mario Vodred, e o templo foi inaugurado em 1932. Os mosaicos foram executados em 1976 pelo artista Humberto Cozzo (Guia das igrejas históricas da cidade do Rio de Janeiro). O Templo foi tombado pela Prefeitura e os serviços religiosos atualmente se restringem ao Rosh Hashaná e Yom Kipur.



TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO DE SAMUEL MALAMUDRECORDANDO A PRAÇA ONZE, EDITADO EM 1988 PELA LIVRARIA KOSMOS EDITORA:

A sinagoga mais antiga da Praça Onze — Beit Yaakov, fundada em 1916 — marcou o início da organização comunitária. Nos anos vinte, essa sinagoga não tinha nenhuma dificuldade em promover as rezas tanto matutinas como as da tarde e da noite. Havia sempre um minyan (número mínimo de dez varões maiores de 13 anos de idade). A sinagoga denominada Beith Israel, com sede na rua Santana 12, foi fundada mais tarde por um grupo de dissidentes da primeira. [...] A sinagoga Beith Israel foi a primeira a ter sede própria. [...]


A Beit Yaakov contava na época com um grande número de sócios e era a mais importante da Praça Onze. Não era suficientemente espaçosa para acolher maior número de pessoas nas datas religiosas mais importantes. A diretoria cogitou de construir um templo que atendesse ao crescimento da comunidade. Mas, enquanto essa idéia não se concretizava, alugava-se para as datas religiosas mais concorridas o salão do Clube Ginástico Português, que ficava na rua Buenos Aires, entre a Praça da República e a Avenida Pasoss. [...]


A comissão formada para a compra do terreno em que se ergueria o templo julgava que o bairro da Praça Onze continuaria sendo por longos anos o centro da vida judaica do Rio. [...] Foi comprado, então, um enorme terreno na esquina das ruas Tenente Possolo e Henrique Valadares.


A campanha para angariar os recursos para a construção do templo começou com a venda de títulos de sócio fundador, com direito a um lugar permanente e marcado na sinagoga, como é de praxe. Mas logo surgiram as dificuldades. Já então, numerosos judeus, economicamente bem situados, começaram a mudar suas residências da Praça Onze para outros bairros surgindo núcleos judaicos na Tijuca, em Vila Isabel, nas localidades suburbanas da Central do Brasil e da Leopoldina, onde se iam formando centros religiosos e culturais. [...]


O orçamento para a construção do templo ia crescendo continuamente, devido ao encarecimento constante dos materiais e da mão-de-obra. Isso levou a comissão a desmembrar uma parte do terreno e pô-lo à venda, renunciando, assim à construção do centro social. O lote desmembrado foi adquirido por um cidadão português, que ergueu ali um edifício que até hoje existe e a que deu curiosamente o nome de “Graças a Deus”...


O templo serviu durante longos anos como centro de congregação da comunidade, ao qual comparecia grande número de fiéis com suas famílias, principalmente nos dias mais santificados. [...] Atualmente, toda a região onde o templo fica situado se esvaziou do elemento judeu. [...]


O templo da rua Tenente Possolo serve hoje como marco de uma época da história da comunidade judaica e representa um monumento que a mesma tem por obrigação conservar. 




10 comentários:

  1. Que o perdão invada nossos corações!
    Obrigada pelo comentário em meu blog. Sabe caro Ivo, eu ainda acredito no Rio, mesmo não morando mais aí por motivos de força maior. O Rio que eu conheço sei que é o mesmo de muitos (parece ser com o Rio que você conhece também), por isso saúdo tanto essa cidade, especialmente o bairro em que fui criada, Vila Isabel.
    Saudações cariocas.

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  2. Ivo, que coisas mais maravilhosas... e sobre meu blog e sua mensagem: estou de pleno acordo... as patifarias de Dona Olivia eram realmente terríveis! Pobre Popeye...
    Meus parabéns pelo Blog mais interessante do Grasil! Adoro esta sua plataforma.
    Abracao e baijo Ricardo

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  3. O esvaziamento desses belos templos corresponde à decadência dos locais em que foram erguidos, mas é bom ver que ainda se mantêm preservados. Com essa matéria, você faz um linda homenagem nesses dias tão significativos para a fé judaica.
    bjks,
    Mariza Rebouças

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  4. Prezado Ivo!Gostei muito de saber sobre O GRANDE TEMPLO ISRAELITA DO RIO DE JANEIRO!Bela matéria!!!
    Siomara de Cássia Miranda(Fan do seu blog!)

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  5. Oi Ivo , maravilhosa sua matéria contando a história do Grande Templo, ligada à história do meu avô materno (um dos fundadores). Temos que cuidar para que esse patrimônio seja sempre um lugar especial no coração desse Rio de Janeiro que amamos tanto . Incondicionalmente. Abraço forte.

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  6. Caro Ivo, descobri teu blog hoje. Ja li varias materias, mas esta do templo eh otima, principalmente para mim que, mesmo nao morando mais no Brasil, ainda mantenho por razoes sentimentais um apartamento no Edificio Gracas a Deus.

    Abracos, voltarei. Chico

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  7. Hoje eu passei por la, achei que estava aberto para visitar, tinha gente la. Mas me impediram de entrar, só para ver, sem se importarem com a grosseria. Nunca vi isso em nenhuma sinagoga do mundo! Lixo de ishuv assimilado e decadente!

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  8. Turista no Rio, o Templo atualmente só funciona (e portanto abre suas portas aos fiéis) nas grandes festas de Rosh Hashaná e Yom Kipur. Mas acho que se você ligar para lá (2232-3656) consegue agendar uma visita.

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  9. O autor do projeto de lei, elaborado em 1919, não é Vodred, mas l '
    Engeniero Arquiteto MARIO VODRET
















    O autor do projeto de lei, elaborado em 1919, não é Vodred, mas l '
    Engeniero Arquiteto MARIO Vodret















    O autor do projeto de lei, elaborado em 1919, não é Vodred, mas l '
    Engeniero Arquiteto MARIO Vodret

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  10. Caro Alessandro Vodret, obrigado por visitar meu blog e pela informação valiosa. Já inseri o nome completo.

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