NA BAIXADA DE JACAREPAGUÁ
Pena...
De mim mesmo.
Dá pena, sentir pena, eu sei.
Sentir que da minha "pena", pensei
("eufemismo" antigo, mas que ainda é entendido),
não saía nada para escrever no momento.
Uma metáfora uma descrição uma cena. Um intento
sobre a igreja de Nossa Senhora da Pena.
Minha memória que se apaga, que se apagará,
sobre uma relíquia, como muitas outras, também esquecida,
num morro da Freguesia, perdida,
De mim mesmo.
Dá pena, sentir pena, eu sei.
Sentir que da minha "pena", pensei
("eufemismo" antigo, mas que ainda é entendido),
não saía nada para escrever no momento.
Uma metáfora uma descrição uma cena. Um intento
sobre a igreja de Nossa Senhora da Pena.
Minha memória que se apaga, que se apagará,
sobre uma relíquia, como muitas outras, também esquecida,
num morro da Freguesia, perdida,
num sub-bairro de Jacarepaguá.
(Poema de Manoel Rodrigues, que me acompanhou nas duas visitas à igreja.)
(Poema de Manoel Rodrigues, que me acompanhou nas duas visitas à igreja.)
Primeira visita: num dia de primavera nublado de 2007
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAM), em 1938, a Igreja Nossa Senhora da Pena foi inspirada na suntuosa igreja de mesmo nome existente em Leiria, Portugal.
Documentos antigos indicam a construção de um templo no local pelo padre Manuel de Araújo. Em 1770, José Rodrigues de Aragão, devoto da Virgem e abastado fazendeiro local, não só restaurou a Igreja, como também doou à Irmandade terras e propriedades.
Constituída de nave única, a Igreja Nossa Senhora da Pena possui uma torre campanária — do lado direito do altar onde são celebradas as missas — corredores laterais e sacristia aos fundos. O pátio é pavimentado com tijolões bem cozidos.
Nos tetos da nave e da capela principal foram pintadas passagens da vida de Cristo. Contudo, o maior destaque é conferido aos seis painéis em azulejos portugueses que retratam cenas da vida da Virgem. O altar-mor é em estilo rococó e na sacristia existem relíquias dignas de qualquer museu. Na parte superior, além dos retratos de Dom Pedro II, D. Tereza Cristina e Barão de Taquara, há também o quadro com a efígie de José Rodrigues de Aragão, uma prova de gratidão a quem foi considerado o benfeitor da Irmandade.
Documentos antigos indicam a construção de um templo no local pelo padre Manuel de Araújo. Em 1770, José Rodrigues de Aragão, devoto da Virgem e abastado fazendeiro local, não só restaurou a Igreja, como também doou à Irmandade terras e propriedades.
Constituída de nave única, a Igreja Nossa Senhora da Pena possui uma torre campanária — do lado direito do altar onde são celebradas as missas — corredores laterais e sacristia aos fundos. O pátio é pavimentado com tijolões bem cozidos.
Nos tetos da nave e da capela principal foram pintadas passagens da vida de Cristo. Contudo, o maior destaque é conferido aos seis painéis em azulejos portugueses que retratam cenas da vida da Virgem. O altar-mor é em estilo rococó e na sacristia existem relíquias dignas de qualquer museu. Na parte superior, além dos retratos de Dom Pedro II, D. Tereza Cristina e Barão de Taquara, há também o quadro com a efígie de José Rodrigues de Aragão, uma prova de gratidão a quem foi considerado o benfeitor da Irmandade.
Imponente no alto do penhasco, a Igreja Nossa Senhora da Pena pode ser vista de vários pontos da região. Por isso, além de assistir às missas, os visitantes desfrutam da mais bela paisagem da Baixada de Jacarepaguá.
(Informações transcritas de placa existente no local. Missas são celebradas todos os domingos às 11:00. Mais informações pelo tel. (21) 2447.9570 ou no site da igreja. "Mala nostra pelle" - foto abaixo - significa "afasta de nós os males")
Segunda visita: num dia de primavera ensolarado de 2008
As mais antigas referências à região denominada Baixada de Jacarepaguá datam do princípio do século XVII, estando relacionadas à ocupação do Recôncavo da Guanabara pelos canaviais e fazendas de criação de gado. Entretanto, o estudo da origem da palavra Jacarepaguá demonstra que, anteriormente, esta região era ocupada pelos índios guaranis, que a chamaram de Yakareupaguá, que significa lagoa rasa dos jacarés.
O declínio da produção agrícola, no século XIX, marcou o início do parcelamento desta área. As grandes propriedades foram divididas em fazendas e, posteriormente, em pequenas chácaras. No século XX, com a abertura das principais vias de acesso, foi intensificada a ocupação da área. O Plano Piloto para a Baixada de Jacarepaguá, elaborado pelo arquiteto Lúcio Costa, em 1969, veio disciplinar este processo de ocupação.
Constituída pelos bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, esta região apresenta um relevo predominantemente plano, com a presença de morros isolados. Engloba faixas significativas de restinga e mangue, as lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca, Marapendi e Lagoinha, formando um conjunto que reflete uma paisagem natural de grande interesse ambiental e turístico.
O declínio da produção agrícola, no século XIX, marcou o início do parcelamento desta área. As grandes propriedades foram divididas em fazendas e, posteriormente, em pequenas chácaras. No século XX, com a abertura das principais vias de acesso, foi intensificada a ocupação da área. O Plano Piloto para a Baixada de Jacarepaguá, elaborado pelo arquiteto Lúcio Costa, em 1969, veio disciplinar este processo de ocupação.
Constituída pelos bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, esta região apresenta um relevo predominantemente plano, com a presença de morros isolados. Engloba faixas significativas de restinga e mangue, as lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca, Marapendi e Lagoinha, formando um conjunto que reflete uma paisagem natural de grande interesse ambiental e turístico.
Taí! Gostei! Quanta coisa sobre Jacarepaguá, que eu não sabia. Tenho certeza que muita gente que mora lá também não sabe. A fotos ficaram ótimas e casaram muito bem com o tema.
ResponderExcluirArrebentou Ivo! Parabéns!
Manoel
Ivo. Que bacana! Gostoso passear por esse blog. Viagei pelo Rio e meu bairro, por detalhes da história nunca antes percorridos e ou lidos. Aprendi um pouco mais e mais terei a aprender. Desliguei-me um pouco de tudo. Como se estivesse voado pelas lembranças do Rio e sobre meu bairro. Como piloto que sou, gostei muito e agradeço! Rubens ( Mano-el )irmão.
ResponderExcluirAdorei a inclusão da N. Sa. da Pena. É linda a igreja. Meu neto mais velho foi batizado lá, em 1987. (Enviado por e-mail. Helio Brasil é autor do maravilhoso livro A Última Adolescência. Clique no seu nome para ver uma sinopse. A postagem Quinta da Boa Vista deste blog mostra um trecho do livro.)
ResponderExcluirPrezado Ivo!Que lindas fotos!Eu também tive uma prazerosa aula de história sobre o bairro de Jacarepaguá e sobre a linda igreja de Nossa Senhora da Pena!
ResponderExcluirAchei lindo os dizeres na porta da Igreja:"Afastai de nós todos os males".E que Nossa Senhora da Pena nos ouça sempre!!!
Vida longa para o dono do blog!!!
Siomara de Cássia Miranda
Tenho boas recordações do tempo em que trabalhei na Escola Municipal Edgard Werneck (1965/1971), na Freguesia. Elda, a diretora e Wilma (secretária e professora que deu aulas ao Sergio Bittencourt filho de Jacob do Bandolim) contavam histórias de outra época. Cheguei a participar de uma peça A Bruxinha que era boa, da Maria Clara Machado, encenada justo na Igrejinha Nª Sª da Pena. Eu era super-tímida, mas no papel de vice-bruxo, que nada falava, fazia mímica, deu tudo certo. Olhando as fotos e o poema do Manoel Rodrigues, veio-me a boa lembrança e a beleza do lugar. (enviado por e-mail)
ResponderExcluirAh, Ivo, perdoa essa sua colega blogueira. Tava há tanto tempo sem visitar esse seu espaço. Logo que entrei vi porque isso era tão errado. Você faz esse post maravilhoso sobre o meu bairro, e me lembra que a minha cidade é toda linda, sem ser necessário que eu fique me despencando até a Zona Sul, como se o Rio fosse bonito só por aquele pedaço.
ResponderExcluirMesmo sob o risco de chover no molhado, vou dizer "continue o belo trabalho".
Gostaria saber de onde voces tiraram a ideia de que o bairro Freguesia e "baixada"?!
ResponderExcluirAtenciosamente, marcelo.
Prezado Marcelo, obrigado por visitar o blog. O termo Baixada de Jacarepaguá (que não tem nada a ver com a Baixada Fluminense) é consagrado, no Google você vai encontrar mais de 15 mil ocorrências, inclusive em sites do governo estadual como em http://www.serla.rj.gov.br/obras/obra_jpa.asp, onde se lê: "A Baixada de Jacarepaguá está localizada no litoral sul do município do Rio de Janeiro. O Complexo Lagunar de Jacarepaguá é formado pelas três lagunas principais: Lagoa da Tijuca, Lagoa de Jacarepaguá e Lagoa de Marapendi, que são bastante extensas e alongadas, e a chamada Lagoa de Camorim, um pequeno trecho entre as lagoas da Tijuca e a de Jacarepaguá."
ResponderExcluirOI IVO,MUITO LEGAL VC FALAR SOBRE A IGREJINHA DA PENA,MAS TBM SERIA LEGAL FALAR SOBRE A IGREJA NOSSA SENHORA DO LORETO QUE É MUITO LINDA...FICO AGUARDANDO NOVIDADES
ResponderExcluirIrmandade o que quer dizer,junto com a Igreja?
ResponderExcluir"Irmandade", segundo o dicionário Houaiss, é uma "associação, agremiação de cunho religioso", geralmente ligada a uma igreja, por exemplo, Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro ou Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.
ResponderExcluirGostei muito da sua materia!
ResponderExcluirMoro no Pechincha a pouco tempo e estou adorando a companhia dessa linda igreja iluminando a noite!
Soube tb dessa história:
História da Igreja N. Sra. Pena.
Construída em setembro de 1661, quando na ocasião um negrinho escravo perdeu uma vaca de seu senhor e pelo mesmo fora ameaçado de unia surra caso não à encontra-se. Na sua aflição pediu ajuda e proteção a Virgem. Foi com grande surpresa que ao olhar para a colina onde hoje está localizada a igreja. que viu Nossa Senhora apontando para onde estava a rês. milagre este Presenciado também pelo fazendeiro, seu dono, que em reconhecimento mandou construir uma ermida e alforriou o escravo, que se tomou o primeiro registro de alforria no Brasil.
Att.,
Roberta Campos.
Que legal, moro em Jacarepagua e tenho 42 anos...acredita que so hoje descobri a historia do meu bairro muito legal existirem pesoas assim como vc.
ResponderExcluirE os gaúchos, Ivo?
ResponderExcluirLegal, como os comentários são os mais variados! Legal que seja assim. E aproveitando a pergunta e a devida explicação sobre "irmandade", aproveito para lançar uma questão: Você sabe o que significa "ordem terceira"? Como a Ordem Terceira do Carmo, por exemplo. Eu soube, por acaso, passeando em Ouro Preto. Se ninguém souber, ou se alguém tiver a curiosidade de saber, eu, em outro comentário direi o que significa.
ResponderExcluirAbraços,
Manoel - (o da poesia)
Ivo,
ResponderExcluirBilhete espetacular.
Mas eu teria que dizer o mesmo dos outros todos.
Um abraço do assinante
Fernando Nazareth
Meu nome e Lucy, fui batizada ai na Igreja De N.S. da Pena em 1952. Such a beautiful church. Adoraria ter uma chance de voltar ao Brasil e visitar a igreja, de toquar a pia que fui batizada, tenho tanto carinho por esta lembranca.
ResponderExcluirA N. S. da Pena é um tesouro, pela beleza da igreja em si, pela situação incomparével - com a bela N. S. de Loreto no sopé -, pela coleção de ex-votos, pelos painéis da azulejos, pela imagem de N. S., que é sublime, por tudo, É uma das mais belas igrejas do Rio. (enviado por e-mail)
ResponderExcluirSou morador da freguesia desde 1993..
ResponderExcluirGosto demais.. Animado por seu blog, vou daqui a pouco postar um video que estou fazendo ok?? abração!!