Considerada como o mais importante símbolo dos subúrbios cariocas, a Igreja de Nossa Senhora da Penha, situada no alto de um íngreme rochedo, pode ser identificada ao longe por quem chega ao Rio de Janeiro, pela Avenida Brasil.
A construção da primeira ermida, em 1632, está envolvida em lendas. Conta-se que o capitão português Baltazar de Abreu Cardoso, proprietário das terras próximas, ao ser ameaçado por uma cobra, pediu auxílio a Nossa Senhora da Penha de França; salvo do perigo, iniciou as obras em agradecimento. Em 1728 foi organizada a irmandade e ampliada a capela. No século XIX, novas reformas foram feitas até que, no início do século XX, a igreja assumiu sua forma definitiva.

O acesso ao santuário é feito por uma longa escadaria, com mais de 365 degraus (existe a opção de um elevador). Na chegada ao templo, avista-se, primeiramente, o seu lado posterior, onde se localiza a sacristia, com o altar em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, que teria sido a primeira virgem a ser venerada no alto deste penhasco. A construção da igreja não segue um estilo definido e apresenta-se, externamente, muito decorada, com trabalhos em estuque branco, galerias com arcadas nas laterais, janelas emolduradas em cantaria em todos os lados e duas torres em forma de pirâmide quadrangular. Internamente é simples, destacando-se apenas o púlpito em madeira trabalhada.

O adro frontal da igreja oferece um belo panorama da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.
A igreja de Nossa Senhora da Penha sempre foi muito conhecida por suas festas, realizadas nos fins de semana de outubro e no primeiro de novembro. Iniciadas no século XVIII, permanecem como as maiores do gênero na cidade do Rio de Janeiro e continuam atraindo milhares de fiéis.

O adro frontal da igreja oferece um belo panorama da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.
A igreja de Nossa Senhora da Penha sempre foi muito conhecida por suas festas, realizadas nos fins de semana de outubro e no primeiro de novembro. Iniciadas no século XVIII, permanecem como as maiores do gênero na cidade do Rio de Janeiro e continuam atraindo milhares de fiéis.
Nessas festas predominava, inicialmente, a colônia portuguesa, mas, após a inauguração do ramal ferroviário da Penha, em 1886, a comunidade negra carioca passou a participar intensamente. Nas primeiras décadas do século XX, as Festas da Penha só eram superadas pelo carnaval e tornaram-se eventos onde os primeiros sambistas cariocas, como Donga, Pixinguinha, Sinhô, Heitor dos Prazeres e Caninha, lançaram seus sucessos antes da era do rádio. (Texto extraído do Guia Michelin do Rio de Janeiro, 1a edição, 1990)








Trechos de crônica de Raul Pompéia sobre a Festa da Penha publicada em 4 de novembro de 1888:
No domingo, a gentinha miúda da cidade moveu-se em romaria ao outeiro da Penha, distante algumas léguas daqui para as bandas do norte.
E partem os romeiros, os da estrada de ferro sofrendo ainda a baldeação, em São Francisco Xavier, para a estrada de ferro do Norte.
A Penha é um povoado miserável de alguns casebres que se desmancham em pé, situada em uma várzea arenosa de beira-mar. Um semicírculo de morros volteia sobre o horizonte, por um lado, oferecendo a espaços, através da vegetação, nodosidades redondas de pedras ásperas cor de cimento, como cachoeiras enormes sem água. Em frente, devassa-se a Guanabara azul.
No domingo, a gentinha miúda da cidade moveu-se em romaria ao outeiro da Penha, distante algumas léguas daqui para as bandas do norte.
E partem os romeiros, os da estrada de ferro sofrendo ainda a baldeação, em São Francisco Xavier, para a estrada de ferro do Norte.
A Penha é um povoado miserável de alguns casebres que se desmancham em pé, situada em uma várzea arenosa de beira-mar. Um semicírculo de morros volteia sobre o horizonte, por um lado, oferecendo a espaços, através da vegetação, nodosidades redondas de pedras ásperas cor de cimento, como cachoeiras enormes sem água. Em frente, devassa-se a Guanabara azul.

Antes da ermida, há uma comprida ladeira; depois uma escada de 365 degraus talhados na rocha. Pelo extenso caminho, distribui-se o povo. Os que sobem levam imensas velas de promessa, ou formas de cera lembrando enfermidades curadas; os que descem trazem registros em rolo atados ao chapéu, e vêm condecorados de medalhas e pequenas cruzes ou corações de papelão dourado com uma imagem da santa no meio detrás de um vidro. Entre os que sobem, há fanáticos que vão de joelhos; mulheres, amparadas pelas filhas ou pelo marido; um velho gordo, ou inchado que mal poderia subir de pé, amparado por duas moças...
A igreja é simples e asseada. A sua construção data de longe, do passado obscuro da tradição. Foi reconstruída entre 12 de abril de 1870 e 13 de maio de 1872.

Famílias, magotes de amigos, acomodam-se, através do campo, organizam-se em banquete. Confundem-se à vista feições, sexos e idades, no agrupamento desordenado das roupas, sobre a erva, sob o esplendor difuso do sol.
Depois da refeição, vêm as danças e os cantos. Um delírio de samba e fados, modinhas portuguesas, tiranas do norte.
Entretanto transitam de permeio grupos carnavalescos dos mais valentes, romeiros, enroupados à fantasia, zabumbando o zé-pereira, bimbalhando ferrinhos, arranhando guitarras, guinchando sons impossíveis de requinta e gaita. As praças de polícia montada circulam caracolando, erguendo turbilhões de pó. O sol, por entre as cordas de bandeiras e lanternas, vem ferir a terra e eleva-se na poeira fulgente como um nevoeiro de cal. O ar queima. (Leia a crônica completa no site Jangada Brasil)
Depois da refeição, vêm as danças e os cantos. Um delírio de samba e fados, modinhas portuguesas, tiranas do norte.
Entretanto transitam de permeio grupos carnavalescos dos mais valentes, romeiros, enroupados à fantasia, zabumbando o zé-pereira, bimbalhando ferrinhos, arranhando guitarras, guinchando sons impossíveis de requinta e gaita. As praças de polícia montada circulam caracolando, erguendo turbilhões de pó. O sol, por entre as cordas de bandeiras e lanternas, vem ferir a terra e eleva-se na poeira fulgente como um nevoeiro de cal. O ar queima. (Leia a crônica completa no site Jangada Brasil)






CALENDÁRIO DA FESTA DE N. S. DA PENHA DE 2011:
1º de outubro:
15h – Lavagem da Escadaria;
17:30h – Procissão Luminosa e Caminhada Jovem (Saindo da Paróquia Bom Jesus da Penha).
2 de outubro:
10h- Missa Solene, com a apresentação do novo manto da imagem de Nossa Senhora da Penha;
14h – Evento Laço Rosa (Concha Acústica).
9 de outubro:
11h- 1ª Peregrinação dos motociclistas ao Santuário (Concha Acústica)
15h – 6ª Romaria da Bíblia;
- 6º Festival do Folclore Português (Concha Acústica).
12 de outubro:
14h – Evento “Corações Unidos pela Paz” - Comunidade Coração Novo. (Concha Acústica).
16 de outubro:
15h – 10º Encontro de Corais.
23 de outubro:
15h – Folclore Brasileiro - Colégio Nossa Senhora da Penha. (Concha Acústica)
29 de outubro:
9h - Mutirão de pintura no Santuário
30 de outubro:
9h - 5ª Corrida Rústica;
15h – Encerramento da festa com procissão; Missa Campal, presidida por Dom Orani João Tempesta; coroação da imagem histórica de Nossa Senhora da Penha e show do cantor Jerry Adriani.

