Da era colonial para cá muita coisa melhorou: não temos mais
escravos, o cocô já não é mais lançado no mar, a febre amarela não dizima mais a população etc. Mas uma coisa piorou: a
qualidade da água. Vejam a descrição de nossa água pela viajante francesa Adèle
Toussaint-Samson em seu livro Une Parisienne au Brésil, publicado em 1883:
Du reste, l'eau est si bonne à Rio, que cette boisson est
presque un régal. Aussi le Brésilien en boit-il, dans sa soirée, quatre ou cinq
verres; elle est si limpide, si parfumée, si légère, cette eau de la Carioca,
qui serpente sur de blancs cailloux, à travers les plantes aromatiques, et vous
arrive toute fraîche et pleine de senteurs, qu'on s'en souvient toujours, et
que le Brésilien a raison de dire : « Quand on a bu » cette eau-là, on n'en
peut plus boire » d'autre. »
Além disso, a água é tão boa no Rio, que essa bebida é quase
uma delícia. Também o brasileiro bebe quatro ou cinco copos à noite. É tão
límpida, tão perfumada, tão leve essa água do Carioca, que serpenteia sobre
seixos brancos, através das plantas aromáticas e chega até você totalmente
fresca e cheia de odores, que sempre nos lembramos dela, e os brasileiros têm
razão de dizer: “Quando alguém bebeu dessa água, não consegue mais beber
outra.”
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