A onda de modernização do Rio pós-proclamação da República –
abertura da Av. Central, desmonte do Morro do Castelo, Exposição de 1922 que resultou na destruição do antigo bairro da Misericórdia – fez
com que o casario colonial no Centro Histórico fosse totalmente arrasado,
embora construções de maior porte, como igrejas, conventos, mosteiros,
palácios, fortalezas felizmente fossem preservadas. Mas uma ou outra casa escapou à
destruição, algumas acabaram sendo tombadas, outras resistem de teimosas. Alguma são anexos de igrejas, construídos para o pároco ou para alugar, contribuindo para a renda da irmandade. Vejamos quais são as casas residenciais urbanas mais antigas que sobrevivem na
cidade.
Se olharmos um mapa do Rio Antigo (para ver mapas antigos da cidade clique aqui) veremos que a zona urbana se limitava ao atual Centro, Lapa e Glória. O resto eram arrabaldes (subúrbios) e zona rural. Destarte, nossa procura se limitará a tal perímetro. É bem verdade que, desde o final do século XVIII, existia um núcleo residencial no atual Largo e Beco do Boticário, mas por estar fora da área urbana, não vamos tratar dele aqui. Já o Arco do Teles e a Casa da Glória não incluí nesta postagem por não terem sido estritamente residenciais, a casa sobre o primeiro tendo abrigado o Senado da Câmara e a segunda construída originalmente para abrigar os romeiros vindos de longe.
Caso alguma casa residencial urbana antiga me tenha escapado, por favor, avise pelo e-mail ivokory@gmail.com. Agradeço a Alexei Bueno, ex-diretor do INEPAC, pelas valiosas informações fornecidas sempre que o consultei e ao Prof. Milton Teixeira pelas informações enviadas logo após a publicação da postagem que permitiram sua ampliação. A consulta ao livro de Nireu Cavalcanti Rio de Janeiro: Centro Histórico Colonial 1567-2015 mês e meio após a publicação original desta postagem e outras informações fornecidas pelo historiador também permitiram sua ampliação.
Se olharmos um mapa do Rio Antigo (para ver mapas antigos da cidade clique aqui) veremos que a zona urbana se limitava ao atual Centro, Lapa e Glória. O resto eram arrabaldes (subúrbios) e zona rural. Destarte, nossa procura se limitará a tal perímetro. É bem verdade que, desde o final do século XVIII, existia um núcleo residencial no atual Largo e Beco do Boticário, mas por estar fora da área urbana, não vamos tratar dele aqui. Já o Arco do Teles e a Casa da Glória não incluí nesta postagem por não terem sido estritamente residenciais, a casa sobre o primeiro tendo abrigado o Senado da Câmara e a segunda construída originalmente para abrigar os romeiros vindos de longe.
Caso alguma casa residencial urbana antiga me tenha escapado, por favor, avise pelo e-mail ivokory@gmail.com. Agradeço a Alexei Bueno, ex-diretor do INEPAC, pelas valiosas informações fornecidas sempre que o consultei e ao Prof. Milton Teixeira pelas informações enviadas logo após a publicação da postagem que permitiram sua ampliação. A consulta ao livro de Nireu Cavalcanti Rio de Janeiro: Centro Histórico Colonial 1567-2015 mês e meio após a publicação original desta postagem e outras informações fornecidas pelo historiador também permitiram sua ampliação.
A mesma casa da foto acima com o beiral adulterado por reforma recente, conforme alertou Fábio Cunha em comentário ao final da postagem. |
Casa na Ladeira do Valongo, 21, à esquerda do Jardim Suspenso do Valongo. "O conjunto de edificações da Ladeira do Valongo ainda guarda características das áreas urbanas do Rio de Janeiro em fins do século XVIII. Pelo seu valor paisagístico foi tombado, especialmente a casa de nº 21." (IPHAN) A casa, da época do mercado de escravos na Rua Camerino embaixo, infelizmente está em mau estado de conservação e descaracterizada, com grades de metal. Para ver no Street View clique aqui. O conjunto das casas da ladeira e jardim suspenso foi tombado pelo IPHAN em 1938. Fotos do editor do blog. |
Casa na Ladeira do João Homem, Morro da Conceição, do século XVIII segundo informação do Prof. Milton Teixeira. |
Casa remanescente da era colonial na Rua General Caldwell, quase esquina com Rua Moncorvo Filho, como mostra Nireu Cavalcanti em Rio de Janeiro: Centro Histórico Colonial 1567-2015, pág. 132. |
Casa colonial nos fundos da Igreja de Santa Rita |
Casa colonial na Travessa do Comércio, nos fundos da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores |
As "bandeiras" das portas e janelas que aparecem na reportagem são espetaculares. Lembra muito aquelas coletadas por Tilde Canti, registradas nas xilogravuras de Marcelo Soares. BANDEIRAS DE PORTAS E JANELAS DO BRASIL do Século XIX. Tiragem limitada a 220 Exemplares numerados e assinados pela autora. 1ª Ed Particular do Autor 1983 Rio de Janeiro. 102 Gravuras 26x34cm 725gr de Marcelo Soares. Textos de Tilde Canti e Maria Cecilia Castro Pinto. Eu dei uma de "auxiliar" e ajudei o Marcelo Soares a imprimir, em prelo manual, esse livro (hoje raríssimo) de Tilde Canti.
ResponderExcluirDivina pastagem!
ResponderExcluirInfelizmente não se dá o devido valor à estas maravilhas arquitetônicas.
Divina pastagem!
ResponderExcluirInfelizmente não se dá o devido valor à estas maravilhas arquitetônicas.
Gostaria de dar uma triste noticia: a casa em estilo colonial puro `a Rua Leandro Martins, 38, que provavelmente é do século XVIII está totalmente descaracterizada. Nào está mais como a foto apresentada aqui, infelizmente o morador atual fez uma "reforma" que destruiu as caracteristicas originais do imovel. Acho que é por falta de fiscalização, pq o imóvel não era tombado? Joguem no google maps para constatar. As imagens sao de Dezembro/2015
ResponderExcluirFábio, é verdade, coloquei uma observação sobre isso na postagem.
ResponderExcluirAs casas do arco do teles me parecem bem antigas, do tempo da colônia.
ResponderExcluirhttp://opiniaoenoticia.com.br/wp-content/uploads/163931-arco-do-teles-old-passage-from-pao-to-ouvidor-street-rio-de-janeiro-brazil.jpg
http://www.cafeviagem.com/wp-content/uploads/2011/09/Tour-centro-do-rio.jpg
Diogo, boa lembrança, só que na casa sobre o Arco do Teles funcionou o Senado da Câmara, de 1757 até o incêndio de 1790, ou seja, não era estritamente residencial. Além disso, não existe mais a casa propriamente, apenas sua fachada colada num prédio. Da Praça XV você tem a impressão de que a casa existe, mas numa visão do alto no Google Maps você vê que não é o caso. Esta postagem buscou apenas casas residenciais no perímetro urbano, excluindo palácios, chácaras, casas de fazenda, casas de campo, palacetes, conventos. Numa postagem futura retirarei essas limitações, e aí teremos coisas bem mais antigas!
ResponderExcluirO Rio de Janeiro precisa se movimentar com muito afinco em prol da preservação do valioso patrimônio histórico que possui. É necessário que as autoridades fomentem ferramentas para que as pessoas , os empresarios os artistas renomados os desportistas consagrados sintam se incentivadas para adquirirem esses imóveis ao invés de se instalarem em edifícios condominios etc todos iguais e sem nenhuma beleza arquitetonica enquaenquanto isto as maravilhas da arquitetura antiga vão se deteriorando.
ResponderExcluirSensacional seus registros. Obrigada!
ResponderExcluirFico imensamente triste com o descaso das instituições responsáveis.
Sei q muitos proprietários ñ tem como arcar com as obras. Precisamos cuidar e amar mais nossa maravilhosa cidade.