Constitui um erro atribuir a Coelho Neto a designação de Cidade Maravilhosa para o Rio. No artigo “Os Sertanejos”, publicado à página 3 da edição de 29-30 de outubro de 1908 do jornal A Notícia (conforme descobri na Biblioteca Nacional, e não em 28/11 como afirmam quase todas as fontes) o autor de fato usou essa expressão, mas em referência à Exposição Nacional do centenário da abertura dos portos (na época uma espécie de "cidade artificial" asséptica & deslumbrante, como hoje, digamos, uma Disneyworld), no que não estava sendo original, porque outras matérias da imprensa também se referiam à exposição como Cidade Maravilha ou Cidade Maravilhosa.
Em seu livro de 1893 A capital federal (Impressões de um sertanejo) (que você pode ler clicando aqui) não consta essa designação. E no conto “A Cidade Maravilhosa” publicado no livro de mesmo título de 1928, embora um dos personagens seja carioca e tente seduzir uma interiorana fazendo alusões tentadoras ao Rio, a "cidade maravilhosa" que dá nome ao conto não é o Rio, é uma "cidade de sonho", imaginária, evocada à noite por uma queimada. "Aqui a tem, a sua cidade maravilhosa. Viu-a de longe, era linda. Veja agora. Ilusões, fanciulla [criancice]. Adriana olhava estarrecida. Mas não era a destruição das árvores, não eram aquelas cinzas pardacentas, ainda mornas, não eram aqueles troncos denegridos, aqueles ramos que rechinavam [=queimavam] amojados de seiva que a comoviam, mas a lembrança da cena da estrada, a sedução do homem sinistro a mostrar-lhe, ao longe, no fogaréu rutilante, a cidade maravilhosa, cidade do sonho, cidade do amor."
Aqui está um fac-símile do conto (escaneado da primeira edição, na ortografia da época) para você conferir. Outra alternativa é comprar o livro Cidade Maravilhosa na livraria da Amazon e ler (na ortografia atual) no seu Kindle. Para isso clique aqui.
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